Não é de hoje que a ciência busca formas de
produção de energia limpa. Maior alternativa conhecida à energia elétrica, a
energia fotovoltaica, embora gere grandes benefícios para o meio ambiente,
ainda se mostra inacessível aos mais pobres — desafio para o qual pesquisadores
do Ceará parecem ter uma resposta: a casca da castanha-de-caju.
Segundo pesquisa desenvolvida na Universidade
Federal do Ceará (UFC), o líquido da casca da castanha-de-caju (LCC) é uma
substância capaz de revestir as placas solares e captar a energia do sol,
transformando-a em energia térmica, em vez de propriamente gerar eletricidade.
A energia solar térmica tem ganhado espaço em
várias pesquisas, e com resultados impressionantes, podendo ser utilizada em
equipamentos que usam motores elétricos como fonte de calor, por exemplo. Esses
motores elétricos são substituídos pelo sistema solar térmico, como uma fonte
de calor alternativa. Sistemas de dessalinização, de aquecimento de líquidos e
até refrigeradores podem usar essa energia para funcionar.
Mas como isso pode impactar o preço da energia
solar? A resposta é simples: abundante na natureza, essa substância tem
eficiência comprovadamente superior aos demais materiais utilizados nos
sistemas fotovoltaicos. Se utilizada em escala industrial, a tecnologia poderá
baratear a fabricação das placas, o que deve refletir no preço final.
De acordo com a pesquisa da UFC, o estado do
Ceará produz cerca de 360 mil toneladas de castanhas anualmente. Dessa
produção, sobram 45 mil toneladas do líquido do caju por ano. Os pesquisadores
explicam que os números são possíveis porque oito das 12 indústrias de caju que
operam no país estão no estado.
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