O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou em
um encontro com empresários do grupo Esfera Brasil que a aliança com outros
partidos "é maior" do que as prévias da legenda, vencidas por João
Doria. Assim, a candidatura presidencial do agora ex-governador de São Paulo
dependeria do pacto com Cidadania, União Brasil e MDB. E pode sequer se
concretizar.
"O PSDB agora está em um consórcio maior para uma terceira via. Não vejo apoio do PSDB para seguir com uma candidatura que não seja dentro [desse pacto]. A candidatura de Doria recebe toda energia, todo o apoio do PSDB, se ela tiver escolhida dentro desse conjunto político da aliança nacional com todos os partidos. Fora isso, acho que vai ter um grau de desgaste intenso dentro do partido", afirmou Araújo durante o jantar com cerca de 20 empresários na noite de segunda (11), em São Paulo
As quatro siglas fizeram um acordo para definir um candidato único da chamada terceira via à Presidência da República —o indicado será anunciado até 18 de maio. "No momento que fazemos um pacto [com MDB, Cidadania e União Brasil] e João Doria disse ‘eu topo’, nossas prévias estão contidas dentro de um acordo. O contrato estabelecido é com essa coligação e é maior do que as prévias do PSDB", disse ele.
O PSDB está rachado desde a derrota de Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, nas prévias do partido no fim do ano passado. Apoiado por um grupo liderado pelo deputado Aécio Neves, ele é pré-candidato correndo por fora, enquanto Doria é o oficial. "Não estou dizendo que o Doria não será candidato. Doria sai e terá apoio intenso dentro de um conjunto desse consórcio. O PSDB agora tem um pacto maior do que as prévias, que é o pacto dessa coligação que se estabeleceu", prosseguiu Araújo.
Segundo ele, o PSDB irá homologar a candidatura que for definida pelas quatro legendas. "Pode ser o Leite, o Doria, a Simone [Tebet, do MDB], o Luciano Bivar [União Brasil].Se você perguntar aqui se pode dar um acordo e trazer o [ex-presidente Michel] Temer novamente como candidato, pode." Araújo afirmou ainda que não irá "operar" para que o presidenciável dessa coligação seja da legenda. "Irei operar para que tenhamos um candidato. Se for do PSDB, estarei duas vezes atendido. Há um senso público de oferecer alternativa à sociedade brasileira", sinalizou.
No começo deste mês, o ex-governador de São Paulo ameaçou não renunciar ao cargo para forçar um movimento de apoio do PSDB à sua candidatura. Diante da ameaça de recuo de Doria, que implodiria a candidatura estadual do seu então vice e agora governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), Araújo emitiu uma carta reafirmando que o tucano foi o escolhido nas prévias e, portanto, é o único presidenciável do partido.
Questionado sobre os critérios que serão adotados pela coligação para a escolha de um nome em consenso, Araújo respondeu: "Na política primeiro a gente escolhe o candidato e depois, os critérios''. Sobre o futuro de Doria, o presidente do PSDB também disse: "Quando fizemos um pacto de convenção, os problemas ficaram para trás. Nem João Doria pode ser candidato de si mesmo, nem outro partido pode não se conformar da gente ter feito outro tipo de escolha dentro de um consenso".
"Se no dia 18 [de maio] não houver anúncio de que não houve entendimento, você terá opção de Lula, Bolsonaro ou [voto em] branco", finalizou.
Por Mônica Bergamo | Folhapress
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