Município maranhense foi mapeado pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
SÃO LUÍS - O município maranhense de Açailândia aparece no ranking das 20 cidades no país com vocação para turismo e produção de commodities que mais empregaram nos últimos 20 meses, de acordo com um mapeamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O levantamento, realizado com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apurou, dentre 5.570 municípios brasileiros, aqueles cujo mercado local empregava, em junho de 2020, pelo menos 10 mil trabalhadores formais e criou um ranking com os 20 primeiros, de acordo com taxa de expansão do mercado de trabalho formal até fevereiro de 2022.
De acordo com o levantamento da CNC, nos últimos 20 meses a cidade de Açailândia, que reúne polo produtor de ferro-gusa, resultado da absorção do carbono por minério de ferro em altos-fornos, gerou 3.149 novas vagas de emprego, aumento de 27%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que, no caso das commodities, a criação acelerada de postos de trabalho representa uma resposta à retomada econômica em 2021, diante de um contexto de obstáculos à manutenção da estrutura produtiva em nível global observada antes do início da pandemia. Já sobre as cidades turísticas, o presidente lembra que os reflexos negativos resultantes da fase da crise sanitária foram mais duradouros para o conjunto de atividades que compõem o segmento.
Elevado potencial
Segundo a apuração, Canaã dos Carajás-PA, que apresenta elevado potencial na indústria extrativa mineral, foi o município com maior variação de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período, 66% (+7.370 vagas). Já todas as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro-BA, que registrou avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria-RS, com 44% (7.164); Araruama-RJ, com 39% (5.019); e Ipojuca-PE, com 37% (7.452).
Enquanto o saldo total do Caged acumulou perdas por quatro meses, entre março e junho de 2020, o setor de turismo registrou resultados negativos por sete meses, eliminando, em termos líquidos, 526,5 mil postos entre março e setembro daquele ano. "Considerando-se o atual contexto econômico, decorrente do arrefecimento da crise sanitária, é natural, portanto, que as atividades turísticas apresentem maior potencial de regeneração que a maior parte das demais atividades econômicas", avalia Tadros.
Retomada desequilibrada
Segundo o Caged, no quadrimestre encerrado em junho de 2020, a diferença entre admissões e desligamentos no mercado formal acumulou um saldo negativo de 1,73 milhão de empregos celetistas. Naquela ocasião, o País vivia a fase mais aguda dos desdobramentos econômicos decorrentes da pandemia, com retrações que chegaram a 19,6% na produção industrial. Em momentos ligeiramente distintos, também foram registradas quedas dos volumes de vendas do comércio (-19,3%), nas receitas dos serviços (-18,5%) e no turismo (-69%).
Já a partir do mês de julho de 2020, iniciou-se um processo praticamente contínuo de retomada do nível de ocupação, cujo acúmulo de vagas geradas revelou um saldo positivo de 4,44 milhões até fevereiro de 2022 – um montante equivalente a uma expansão de 12% em relação ao estoque formal de trabalhadores observado em junho de 2020.
O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, destaca que, sob diversas perspectivas, essa recuperação do emprego formal não ocorreu de forma homogênea. Entre os municípios brasileiros, por exemplo, 59% fecharam 2020 com mais admissões que desligamentos de trabalhadores nos respectivos mercados locais. Em 2021, esse percentual avançou para 86,2%.
"Além das cidades turísticas, os municípios com vocação para produção de commodities tendem a continuar em evidência no cenário da oferta de emprego ao longo de 2022, na medida em que já havia uma tendência crescente de pressão sobre a cotação desses produtos com o início da recuperação econômica global, porém acelerada a partir da deflagração do conflito no Leste Europeu", afirma o economista.
Bentes avalia que, após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021 – ano em que a economia brasileira cresceu 4,6% –, a perspectiva de avanço mais modesto do PIB em 2022 (+0,5%) deverá levar à geração de menos postos de trabalho. Diante desse cenário, a CNC projeta para este ano um saldo positivo de 1,61 milhão de vagas formais.
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