PALAVRA VIVA

Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas aquele que Glórias gloriam-se nisto: que ele entende e me conhece, que eu sou o Senhor que exerço bondade, justiça e retidão na terra, porque nestas coisas me agrado, diz o Senhor. (Jeremias" 9: 22-23).

O SIGNIFICADO DA VIDA

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

GESTÃO MORALES: O milagre econômico boliviano


Com uma média de crescimento anual de 5% nos últimos dez anos, a Bolívia se tornou um oásis em meio à crise econômica na América do Sul.
Crise já não é uma palavra estranha no atual cenário político-econômico ao redor do mundo. Por outro lado, os países que têm um crescimento acima da média estão chamando a atenção dos especialistas e ganhado os holofotes da mídia internacional. É o caso da Bolívia, que nos últimos dez anos registrou um crescimento médio anual de 5%. Enquanto a América Latina, como um todo, enfrenta uma crise devido ao fim do boom das commodities, a Bolívia parece não ter sido tão afetada pelo acontecimento. O “capitalismo andino” implementado por Morales pavimentou o caminho para a criação de uma economia de mercado.
Desde 2006, o país do presidente Evo Morales tem tido um crescimento acima da média, principalmente quando comparado a países sul-americanos. Apenas em 2016, a Bolívia cresceu 4,3%, enquanto Paraguai e Peru, que também tiveram um bom crescimento, cresceram 4,1% e 4%, respectivamente. Colômbia e Estados Unidos, por exemplo, cresceram apenas 2% e 1,5%, respectivamente. O Brasil, por outro lado, teve uma retração de 3,6%, enquanto a América Latina recuou 0,9%.
O crescimento da Bolívia após a ascensão de Evo Morales é tão notável que a gestão do presidente já foi apelidada de “milagre econômico boliviano”. E embora criticado por supostas tendências autoritárias, afetado por escândalos e acusado de criar uma “burguesia aymara” (em referência ao povo indígena do qual Morales faz parte), especialistas de diferentes países concordam com o sucesso da condução da economia na gestão Morales. Economistas e especialistas têm apontado diversos fatores que contribuem para o constante crescimento boliviano, entre eles a vasta reserva de lítio, a exportação de gás e petróleo e o investimento planejado há anos.
Nacionalização da exploração
Mesmo com a queda no preço do gás natural exportado – um dos principais braços econômicos boliviano -, a Bolívia consegue reter boa parte do lucro da exploração dos hidrocarbonetos, como o próprio gás e o petróleo, devido a nacionalização dos mesmos. Isso porque, ainda em 2006, Evo Morales começou a movimentação para transferir algumas empresas privadas para o poder do Estado, e a renegociação de contratos com multinacionais estrangeiras, que concordaram em pagar uma taxa de 50% e 85% sobre o valor da produção.
Dessa forma, o presidente usou a receita gerada para financiar programas destinados a pensões, famílias, mulheres grávidas e crianças em idade escolar. A despesa com o bem-estar social subiu 45% entre 2005 e 2012, mas gerou um resultado bastante positivo.
Fim das commodities
Antes da crise pelo fim das commodities, a economia da América Latina, assim como da Bolívia, estava sendo impulsionada pelo preço das matérias-primas e aumento de impostos para as exportações. Durante esse período, a Bolívia diminuiu a pobreza e soube armazenar parte dos recursos, criando uma “poupança” que passou de US$ 700 milhões para US$ 20 bilhões.
Isso também graças a grande reserva boliviana de moeda estrangeira, equivalente, em 2016, a 42% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dessa forma, segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Bolívia deve seguir como líder do crescimento nos países da América do Sul. Além disso, a expectativa de crescimento anual até 2020 é de 3,5%. Apesar da reputação de ser um reduto do socialismo bolivariano, o investimento estrangeiro na Bolívia equivale a 3,5% do PIB, estando 0,5% acima da média registrada em toda a América Latina entre 2011 e 2014.
Estabilidade política
Após ter cinco presidentes no período entre 2001 e 2005, a Bolívia não começava bem o século XXI. Um clima tenso e instável pairava sobre o país. Nem mesmo quando Evo Morales ascendeu ao poder a situação melhorou, muito também graças aos movimentos da oposição. Porém, aos poucos, a estabilidade boliviana foi tomando o país.
O sucesso com a distribuição de renda, passando do país mais desigual da América do Sul para uma posição mediana no continente, e da diminuição da pobreza entre 2004 e 2015 contribuíram para essa estabilidade. Além disso, a Bolívia parou de depender exclusivamente das commodities. Com 2,6 milhões de pessoas ascendendo à classe média, o consumo anual das famílias pulou de US$ 930, em 2006, para US$ 2.027, em 2014. Ademais, o lucro de restaurantes e supermercados no país cresceu 718% entre 2005 e 2014.
Reserva de lítio

Componente básico de baterias de smartphones, tabletes e, até mesmo, de carros elétricos, lítio é o que não falta na Bolívia. Isso porque o país possui 22% das reservas globais de lítio passíveis de extração. Ainda a favor da Bolívia, estima-se que a demanda pelo recurso vai triplicar até 2025. Desta forma, a economia boliviana também é estimulada graças a grande demanda pelo material, fazendo com que o preço subisse. Isso porque o país mal começou a explorar as suas reservas de lítio, que são alvo de cobiça por todo o mundo. Porém, graças a nacionalização das exploradoras, o controle à exploração do lítio é mais rígido, sendo totalmente restrito ao governo, enquanto as empresas privadas observam a reserva de lítio de Uyuni, considerada a maior do mundo, de longe.

Sem comentários:

Enviar um comentário

obrigado pela sua participação grato
por sua visita!...e fique a vontade para opinar.

seta

seta

CONTATO DO BLOG:Folha de Cuxá

josinaldosmille@hotmail.com

colunaemfolhadecucha@gmail.com

Telefones:(99)98157-6879 //(99)-99175 - 2799

BLOGOSFERA