Puxada por aumentos na conta de
luz e no botijão de gás, a inflação acelerou de 0,16% em setembro para 0,42%,
em outubro, maior índice desde agosto de 2016. Em 12 meses, a taxa também
subiu, de 2,54% para 2,70%, ainda abaixo do piso (3%) e do centro (4,5%) da
meta do governo.
A expectativa é que o indicador
de novembro siga pressionado por eletricidade e combustíveis, diante da mudança
no valor da bandeira tarifária cobrada na conta de luz e de recentes altas na
gasolina e no gás de botijão. Segundo o IBGE, o grupo Habitação, em que se
enquadram energia e gás de botijão, foi responsável por metade da alta do IPCA
em outubro. A inflação desse grupo foi de 1,33% no mês, ante queda de 0,12% em
setembro.
A energia subiu 3,21% no mês,
diante da adoção da bandeira vermelha patamar 2, que acrescentou à conta de luz
R$ 3,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para pagar o uso de usinas
térmicas. Já o gás de botijão teve alta de 4,49%, resultado de reajuste de
12,9% promovido pela Petrobras nas refinarias, para acompanhar as cotações
internacionais do produto. No ano, a energia elétrica acumula alta de 9,27%, e
o gás, de 12,98%.
A tendência de alta deve se
manter, já que a bandeira vermelha patamar 2 foi elevada para R$ 5 por 100 kWh
e a Petrobras anunciou novo reajuste no preço do gás, de 4,5%. O segundo grupo
com maior impacto foi o de Transportes, com alta de 0,49% e contribuição de
0,09 ponto percentual, puxado pela alta das passagens aéreas.
Entre os nove grupos pesquisados
pelo IBGE, apenas Alimentação e Bebidas (-0,05%) e Artigos de Residência
(-0,39%) tiveram impacto negativo no mês. No primeiro caso, foi o sexto mês
consecutivo de queda, o que só havia ocorrido em 1997. No acumulado do ano,
esse grupo tem queda de 2,02%, a maior desde 1994, mas o ritmo de redução já é
menor do que em meses anteriores, devido ao fim da safra.
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