Da caça a pequenos
barcos no Caribe, os Estados Unidos passaram a um petroleiro — “um navio muito
grande, o maior já interceptado”, como revelou o presidente Donald Trump, nesta
quarta-feira.
De quantidades não medidas de cocaína explodidas, com a morte de mais de 80 pessoas, a Guarda Costeira apreendeu o principal produto de exportação que garante o presidente Nicolas Maduro no poder, o petróleo, num primeiro passo de uma escalada comercial.
Embora com um poderio naval sem precedentes no Caribe, a interceptação do petroleiro teria sido feita pela Guarda Costeira americana, que caça o narcotráfico naval nas costas dos Estados Unidos. Já ontem, na terça-feira, a aviação embarcada no porta-aviões nuclear Gerald R. Ford, sobrevoou o golfo da Venezuela, entre os estados de Zulia e Falcón.
Foi num barco que a líder opositora venezuelana Maria Corina Machado saiu de seu refúgio na Venezuela para a ilha de Curaçao, e de lá para a Noruega, onde sua filha, Ana Corina Sosa, em seu nome, recebeu o Prêmio Nobel da Paz que lhe foi conferido, na noite de ontem. O presidente do Comitê do Nobel, Jorgen Natme Frydnes, em seu discurso, disse que “Maduro deve aceitar os resultados eleitorais e renunciar”.
Em Oslo, Maria Corina Machado era esperada diante do hotel em que os premiados costumam ficar. Num texto divulgado, ela agradeceu os que a ajudaram a sair da Venezuela, “com risco das próprias vidas”. E acrescentou: “Nós nos sentimos muito emocionados e muito honrados, e é por isso que estou muito triste e arrependida de dizer que não poderei chegar a tempo para a cerimônia, mas estarei em Oslo e estou a caminho de Oslo agora”. No discurso lido pela filha Ana, numa cerimônia que foi censurada na Venezuela, Maria Corina acusou o regime de falsificar a história, corromper as Forças Armadas, manipular eleições e perseguir a dissidência, sem se referir nem uma vez a Hugo Chávez e nem a seu sucessor, Nicólas Maduro.
“Eles queriam que os venezuelanos desconfiassem uns dos outros, que ficássemos calados, que nos víssemos como inimigos. Eles nos sufocaram, nos prenderam, nos mataram, nos empurraram para o exílio”. A decisão de não permitir que Corina Machado se candidatasse às eleições foi “um golpe duro”. Mas o movimento foi adiante com Edmundo González Urrutia, que não era visto como uma “ameaça” pelo regime.
Machado elogiou o trabalho de milhares de voluntários durante o dia das eleições, usando a tecnologia como “ferramenta para a liberdade”, o que permitiu digitalizar as atas, que garantiram a vitória de González por 67% dos votos. “A ditadura respondeu aplicando o terror: 2.500 pessoas foram sequestradas, desapareceram ou foram torturadas. Padres, professores, enfermeiras, estudantes: todos perseguidos por compartilharem uma ata eleitoral”, declarou Sosa em nome de sua mãe, em um discurso em inglês.
Sem comentários:
Enviar um comentário
obrigado pela sua participação grato
por sua visita!...e fique a vontade para opinar.