Preços do ferro-gusa brasileiro oscilaram entre US$ 400 e US$ 405/t em agosto

 

O mercado de ferro-gusa do Mar Negro (FOB do Mar Negro) está atualmente praticamente inativo

Os preços de exportação do ferro-gusa brasileiro caíram ligeiramente em agosto, oscilando entre US$ 400 e US$ 405/t, em comparação com US$ 400 e US$ 410/t em julho. Os participantes do mercado não esperam que os preços subam no curto prazo, de acordo com Kallanish.

A isenção do ferro-gusa brasileiro das tarifas americanas no curto prazo não ressuscitou a situação do mercado. O mercado estava relativamente calmo e o comércio com os EUA permaneceu limitado. Compradores americanos, aguardando a resolução da situação tarifária, compraram ferro-gusa ucraniano mais barato.

Vale lembrar que, em 7 de agosto, os EUA impuseram uma tarifa cumulativa de 50% sobre produtos brasileiros, mas o ferro fundido foi excluído da lista de produtos sujeitos a restrições tarifárias. Essa decisão é positiva para o mercado local, já que no primeiro semestre deste ano, o Brasil enviou 88% de suas exportações totais de ferro fundido para os EUA – 1,62 milhão de toneladas de um total de 1,85 milhão de toneladas.

Em meio a isso, os números das exportações brasileiras de ferro fundido foram extremamente voláteis. Em julho, as exportações do produto cresceram 57% em relação a junho, atingindo 555.000 toneladas. Ao mesmo tempo, esse número despencou para 288.400 toneladas no mês seguinte. Essa queda acentuada se deve ao fato de os exportadores terem embarcado os volumes de agosto para os EUA em julho para evitar tarifas que, em última análise, nunca foram impostas.

Segundo Kallanish, as exportações brasileiras de ferro-gusa para os EUA caíram 60% em agosto em comparação com julho, para 196.500 toneladas. Como resultado, o ferro-gusa brasileiro foi parcialmente redirecionado para a Europa e a Ásia a US$ 437/tonelada e US$ 502/tonelada FOB, respectivamente.

Vale destacar que a produção total de ferro-gusa no Brasil em julho foi de 2,18 milhões de toneladas, 2,3% inferior à de junho. A expectativa pela introdução de tarifas levou os produtores brasileiros a reduzir os volumes de produção.

O mercado de ferro-gusa do Mar Negro é praticamente inexistente atualmente. Os preços FOB do Mar Negro se estabilizaram em US$ 311/t no final de julho e início de agosto. A calmaria do mercado se deve à fraca demanda da Turquia e da Índia. Portanto, os exportadores russos têm se concentrado nas vendas no Extremo Oriente. Ao mesmo tempo, não houve ofertas de ferro-gusa ucraniano no mercado do Mar Negro – nossas exportações agora estão indo para os EUA.

O mercado turco de ferro-gusa está em retração. A produção nacional de ferro-gusa no país atingiu 5,3 milhões de toneladas entre janeiro e julho, 12,5% a menos que no mesmo período do ano passado. Em julho, a produção atingiu 780.000 toneladas (-9,3% a/a).

Ao mesmo tempo, as importações de produtos aumentaram acentuadamente. Segundo a TUIK, as importações de ferro fundido para a Turquia em julho aumentaram 33% em relação a junho, atingindo 270.100 toneladas. Essa tendência era esperada, já que a Rússia redirecionou seu fornecimento de ferro-gusa para o mercado turco após esgotar sua cota de 700.000 toneladas para o mercado europeu no primeiro semestre do ano.

De acordo com a Metallplace, os preços do ferro-gusa no mercado indiano em agosto variaram de US$ 348 a US$ 350/t, o que é 6% ou US$ 23 menor do que em julho.

Vale lembrar que os preços médios do ferro-gusa brasileiro em julho  oscilaram  entre US$ 400 e US$ 410/t. Esse mercado foi "congelado" em julho devido às expectativas de tarifas americanas, que, após longas disputas verbais, estavam programadas para serem introduzidas em 7 de agosto, embora o ferro-gusa tenha sido finalmente excluído das tarifas.

A produção global de ferro-gusa entre janeiro e julho de 2025  diminuiu  1,1% em relação ao mesmo período do ano passado, para 813,7 milhões de toneladas. Os maiores produtores de ferro fundido no final do período foram China – 505,83 milhões de toneladas (-1,3% a/a), Índia – 89,24 milhões de toneladas (+7,7% a/a) e Rússia – 34,8 milhões de toneladas (-0,4% a/a).

Fonte: Centro GMK