A tarifa de 50% dos
EUA sobre as importações brasileiras —
prevista para entrar em vigor em 6 de agosto — provavelmente terá apenas um pequeno
impacto no comércio de aço do Brasil, disseram participantes do mercado.
Os EUA são os maiores importadores de placas brasileiras, um aço semiacabado usado em laminadores. As placas passaram a estar sujeitas a tarifas de 50% em 4 de junho, sob uma ordem que visa todas as importações de aço.
A projeção inicial era de que as exportações de placas do Brasil cairiam 11% como resultado do pedido, mas as remessas para os EUA aumentaram 86% no acumulado do ano em junho .
As usinas brasileiras fecharam acordos com preços reduzidos, e os compradores americanos acabaram aumentando sua participação.
O mercado se adaptou ao novo ambiente, com a maior parte da interrupção já precificada antes mesmo das novas tarifas entrarem em vigor.
O Brasil não retaliará com tarifas em escala semelhante, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Isso significa que o coque metalúrgico dos EUA — um insumo essencial para a siderurgia brasileira — deve continuar chegando a preços estáveis.
O ferro-gusa e o minério de ferro não estão sujeitos às tarifas americanas sob o novo regime. Alguns produtores suspenderam a produção devido a preocupações com uma possível tarifa de 50% sobre o ferro-gusa — matéria-prima primária da siderurgia . O Brasil fornece 70% das importações de ferro-gusa dos EUA.
Ao contrário da produção de placas, que tende a se concentrar em grandes corporações, a produção de ferro-gusa também depende de empresas de médio porte. Essas operadoras menores teriam dificuldades para manter a produção com custos comerciais mais altos. Espera-se agora que os produtores de ferro-gusa retomem a produção, visto que o ferro-gusa está isento de tarifas.
Alguns compradores e distribuidores de ferro-gusa cancelaram contratos, declarando força maior após a ameaça de tarifa de 50% feita por Trump em 9 de julho , disse uma fonte do mercado. "Agora, é claro, eles podem querer revalidar contratos — mas quem sabe."
Embora o comércio direto de aço esteja se mostrando resiliente, a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre as importações do setor de máquinas e equipamentos do Brasil pode reduzir a demanda por aço. Os EUA são o maior mercado exportador de máquinas brasileiras, e as tarifas podem resultar em uma queda de 9% na receita do setor, afirmou a Associação Brasileira da Indústria (Abimaq) na quarta-feira.
Por Isabel Filgueiras
https://www.foundrygate.com/#/news/6337/us-tariffs-to-have-minimal-impact-on-brazilian-steel
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