O governo pretende
usar recursos “excedentes” de oito fundos nacionais para fechar rombos no
orçamento e ajudar a equilibrar as contas públicas, entre 2025 e 2030. A medida
faz parte do pacote de corte de gastos, que começou a ser enviado ao Congresso
na última semana. O texto enviado pelo líder do governo na Câmara, José
Guimarães (PT-CE), estabelece que o superávit financeiro – ou seja, os recursos
que, ao final do ano, não estão reservados para projetos – poderão ser usados
para outras despesas.
Segundo dados de 2023 do Tesouro Nacional, os oito fundos fecharam o ano com superávit de R$ 45 bilhões. Hoje, os recursos desses fundos só podem ser destinados para a finalidade de cada um deles. Por exemplo: os recursos do Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC) só podem ser usados para projetos de aviação civil. Caso a proposta do governo seja aprovada, os oito fundos vão arcar com outros gastos do orçamento.
Procurado pelo g1 desde sexta-feira (29), o Ministério da Fazenda não respondeu sobre a projeção de superávit no período e o qual o valor que deve usar para equilibrar o orçamento. A pasta respondeu apenas nesta terça-feira (3) para dizer que, juntos, os fundos somam atualmente R$ 40 bilhões em conta única do Tesouro.
Veja os fundos que
podem ter recursos desvinculados de sua finalidade:
Fundo de Defesa de
Direitos Difusos (FDD)
Fundo Nacional
Antidrogas (Funad)
Fundo da Marinha
Mercante (FMM)
Fundo Nacional de
Aviação Civil (FNAC)
Fundo Nacional de
Segurança e Educação de Trânsito (FUNSET)
Fundo do Exército
Fundo Aeronáutico
Fundo Naval
“A principal
justificativa é ampliar a flexibilidade orçamentária, dando espaço ao governo
para manejar recursos entre diferentes fins e destinações”, disse a Fazenda. De
acordo com o ministério, os fundos não serão comprometidos. O governo vai usar
apenas os “recursos acumulados entre um exercício financeiro e outro”. No
entanto, a pasta não projeta o quanto poderá ser usado dos fundos nesse
período. Na apresentação das medidas de corte de gastos, na última quinta-feira
(28), os fundos também não foram mencionados.
A medida está prevista numa proposta de lei complementar, que foi enviada pelo governo e faz parte do pacote de corte de gastos. A mudança em relação ao uso dos recursos dos fundos, contudo, não havia sido detalhada pelo governo na apresentação do plano de ajuste das contas públicas. O projeto de lei ainda precisa ser votado pela Câmara e pelo Senado para passar a valer.
G1
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