O Governo Federal
entregou, na sexta-feira (25), 312 unidades habitacionais em Açailândia, no
oeste do Maranhão, encerrando um imbróglio que se arrasta desde o fim da década
de 1980. As novas moradias foram erguidas em atendimento à mobilização da
comunidade Piquiá de Baixo, afetada pela poluição ambiental gerada por
siderúrgicas de ferro gusa que operam no município. O investimento federal foi
de mais de R$ 23,5 milhões, via programa Minha Casa Minha Vida, e também contou
com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social, com aporte da Fundação Vale,
por meio de convênio com a Caixa Econômica Federal.
O ato contou com a
presença do ministro das Cidades, Jader Filho, e do governador do Maranhão,
Carlos Brandão, que destacaram a importância de tirar do papel um bairro
inteiro com a infraestrutura necessária. Diferentemente das construções
verticalizadas comumente entregues em conjuntos habitacionais, as unidades de
Açailândia são casas com áreas externas amplas, sem muros e próximas a
equipamentos como uma unidade de saúde, uma quadra poliesportiva e um mercado
público, já entregues pelo Governo do Maranhão. A promessa é de que, em breve,
também sejam erguidas uma escola pública, uma creche e uma praça.
“Nosso governo é
parceiro e está investindo mais de R$ 12 milhões na instalação de Unidade
Básica de Saúde, mercado público, unidade de ensino, praça e quadra
poliesportiva para os moradores. Agradeço ao presidente Lula, ao ministro das
Cidades, Jader Filho, à Caixa, à Vale e à Associação Comunitária dos Moradores
do Piquiá de Baixo pela parceria e por proporcionar este momento tão importante
para estas famílias. Moradia digna e bem-estar para todos”, declarou o
governador Carlos Brandão.
Moradores se queixam
de impactos ambientais iniciados na década de 1980
As casas contemplaram
a totalidade dos cerca de mil moradores de Piquiá de Baixo porque foram
planejadas como solução para um problema que começou há quase 40 anos. A
localidade chegou a ter em operação cinco siderúrgicas produtoras de ferro
gusa, uma das matérias-primas do aço. A população local se queixa da poluição,
que chega às casas, levada pelo vento, na forma de um pó escuro, contaminando
alimentos e ocasionando problemas de saúde. O caso ganhou repercussão
internacional, aumentando a pressão para que o impasse fosse encerrado.
Em 2011, as
siderúrgicas envolvidas e a mineradora Vale, responsável pela Estrada de Ferro
Carajás, que viabiliza a chegada de minérios a Açailândia, assinaram um Termo
de Ajustamento de Conduta, momento em que as reparações à população local
começaram a ganhar contornos que, embora oficiais, ainda demorariam a sair do
papel. As obras das casas só iniciaram em 2018, com entrega prevista para 2020,
mas sofreram atrasos por conta de contingenciamentos federais durante a
pandemia de Covid-19.
Novo bairro foi
erguido a oito quilômetros de polo siderúrgico
Com a retomada do
projeto, as obras avançaram e deram origem ao bairro Piquiá da Conquista, em
terreno viabilizado pelas empresas signatárias do acordo. As novas casas ficam
a uma distância de cerca de oito quilômetros da antiga comunidade. Quem recebeu
as chaves diz que sentiu a diferença não só na qualidade do ar, mas na
infraestrutura local, melhor que a do antigo bairro.
“Moro há 44 anos no
bairro Piquiá de Baixo. Quando a gente foi impactado pelas empresas, tinha
muito pó de ferro, muito pó de cimento, pó de carvão, e agora a gente vai se
mudar para cá, porque aqui é um bairro limpo”, disse a aposentada Francisca
Sousa, em vídeo divulgado pelo Governo do Maranhão. “A gente morava em uma
humilde casinha. Chegou esse projeto, fizemos nosso cadastro, foi um longo
processo e chegamos aqui. Hoje recebemos nossa chave”, celebrou a dona de casa
Socorro Silva.
Sem comentários:
Enviar um comentário
obrigado pela sua participação grato
por sua visita!...e fique a vontade para opinar.