Por Mariane Lorenzetti
Empregabilidade é mais
que apenas conseguir um emprego, é a capacidade contínua de se manter e crescer
nele ao longo do tempo. Além disso, é pensar em planos de carreira nas suas
mais variadas formas. E isso implica em se aprimorar constantemente,
mantendo-se adaptável e atualizado em um mercado em constante evolução, como o
de tecnologia, por exemplo. Por outro lado, para os empregadores, a capacidade
de reter estes talentos, direcionar seu desenvolvimento e criar oportunidades
de crescimento tem impacto direto no desempenho e eficiência operacional.
Hoje, o foco das
habilidades comportamentais, como empatia, liderança e gestão, é tão importante
quanto as habilidades técnicas. A ênfase nessas soft skills reflete uma mudança
significativa no padrão de contratações, e até na estratégia de avaliação de
candidatos em processos seletivos. Isso significa que as características
emocionais e comportamentais também se tornaram requisitos de contratação e
ponto importante para a manutenção da empregabilidade.
Para cargos júnior, é
comum encontrar posições em que saber programar não é suficiente, por exemplo.
E para cargos de maior senioridade, processos longos com diversas entrevistas
para uma avaliação comportamental e cultural robusta. E esse comportamento só
tende a aumentar. De acordo com o Access Economics, estudo divulgado pela
consultoria Deloitte na Austrália, até 2030, dois terços de todos os empregos
serão ocupações que requerem habilidades interpessoais, em comparação com
metade dos empregos em 2000. Essas habilidades estão crescendo a uma taxa 2,5
vezes maior do que outras ocupações.
Reforçando este
movimento, consigo observar e acredito que além das novas exigências do mercado
por parte das empresas, as atuais gerações também têm se mostrado mais
exigentes na busca por oportunidades de desenvolvimento e carreira. A geração
Z, por exemplo, que está chegando em peso no mercado, está disposta a trocar
salários mais altos e aumento de senioridade por trabalhos flexíveis, com
culturas inclusivas e engajadas com a saúde mental do colaborador e que possuem
iniciativas estruturadas no contexto ESG.
Segundo um
levantamento feito em 2023 pela Visier, plataforma especializada em dados
corporativos, a maioria dos entrevistados possuem cada vez menos ambições
profissionais, e isso tende a se intensificar com a geração Z. Dos mil
profissionais entrevistados, 67% desejam passar tempo com família e amigos, 64%
querem ser fisicamente ou mentalmente saudáveis, 9% querem se tornar gestor de
pessoas e 4% pensam em se tornar um executivo nível C. Os profissionais foram
questionados sobre o quanto desejariam ter sucesso na empresa em que atuam e
63% disseram que se preocupam em ter um bom desempenho, porém não
comprometeriam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Dessa forma, assim
como fazemos na Ada, é importante auxiliar na formação integral dos estudantes
e endereçar a dor da empregabilidade no setor, tanto por meio da conexão e
atuação com grandes empresas quanto para pensar e colocar em prática essa nova
forma de ensino.
Nessa linha de
pensamento, a empregabilidade contribui para a inovação e competitividade no
mercado. Investir na capacitação dos colaboradores não só ajuda a reter
talentos, mas também promove um ambiente de trabalho propício à criação de
novas ideias, colaboração e, consequentemente, fortalecimento dos resultados.
De acordo com um
estudo de 2023 do Instituto McKinsey Global, as habilidades aprendidas no
trabalho contribuem com 46% dos ganhos ao longo da vida de uma pessoa típica, e
as empresas que desenvolvem o capital humano têm maior probabilidade de
impulsionar seus funcionários a faixas salariais mais altas ao longo da
carreira. O levantamento reforça que as empresas que adotam um foco mais
voltado às pessoas, juntamente com uma cultura organizacional mais desafiadora,
podem ter retornos positivos. Além de melhorarem sua consistência, resiliência,
retornos financeiros, reputação e retenção de talentos, há também a lealdade
dos funcionários, que são atributos das organizações que prosperam a longo
prazo.
A empregabilidade é um
conceito dinâmico que sempre existiu, mas nunca se transformou com tanta
velocidade, e, por isso, tem ganhado cada vez mais espaço e profundidade no
cenário atual. Portanto, entender seu setor de atuação, as profissões do futuro
e investir no desenvolvimento de habilidades, para além do técnico, como comunicação
eficaz, resolução de problemas, tomadas de decisões e trabalho em equipe, são
fundamentais para aumentar as chances de sucesso e manter-se competitivo, tanto
para empregadores como colaboradores.
*Mariane Lorenzetti é
Head de Operações na Ada.
Sobre a Ada
Ada é uma empresa de
educação impulsionada por tecnologia no Brasil. Com sua plataforma resolve a
escassez de habilidades em tech, oferecendo busca de talentos, desenvolvimento
de pessoas e mapeamento de habilidades para empresas. São dezenas de módulos de
formação, centenas de cursos digitais e assessments com uma taxa de conclusão
de 96%. É gratuita para estudantes e eficaz para empresas.
Acesse também:
Website: https://ada.tech/
LinkedIn: https://www.linkedin.com/school/adatechbr/
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