O ministro da Defesa,
José Múcio, afirmou que não há um “grande líder” responsável pelos ataques
golpistas aos prédios públicos dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de
janeiro. A fala se opõe a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) de que os atos violentos foram liderados pelo adversário dele, o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em transmissão ao vivo nesta segunda-feira,
19, Múcio disse ainda que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8
de Janeiro, instalada no Senado para investigar o caso, é um evento
“midiático”.
“Eu não acredito que nós vamos encontrar o verdadeiro responsável. Não vamos porque ninguém mandou. Foram agricultores aqui do Centro-Oeste que financiaram, foram donos de ônibus… É por aí que nós vamos chegar a várias pessoas responsáveis sem ter assim um grande líder”, disse Múcio, durante discurso em evento virtual do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) sobre defesa nacional do Brasil.
Ao contrário do ministro da Defesa, Lula vê Bolsonaro como “coordenador” de uma tentativa de golpe. Nesta segunda-feira, o petista voltou a repetir esse posicionamento durante a segunda live “Conversa com o Presidente”. “Já está provado que eles tentaram dar um golpe e coordenado pelo ex-presidente, que agora tenta negar. Quando ele perdeu as eleições, ele se trancou dentro de casa para ficar preparando o golpe”, afirmou.
Durante o discurso na transmissão ao vivo, o ministro da Defesa também disse que nenhum “militar da ativa” participou do ataque. “As pessoas que vieram para a praça no dia 8 não saíram de lá (do quartel), porque lá tinha muito pouca gente. Foi gente de fora estimulada por irresponsáveis, baderneiros, mas não tinha um militar da ativa. Pode ser que nas pessoas físicas havia algumas pessoas que têm o estímulo pelo golpe, por uma afronta à democracia, mas as Forças Armadas não participaram”, disse.
Estadão Conteúdo
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