A agência de
classificação de risco S&P divulgou ontem comunicado em que eleva a nota de
crédito do Brasil de estável para positiva, o que não acontecia desde 2019.
Fernando Haddad e outras figuras do governo Lula saíram a público para
comemorar a conquista, mas não devem ter lido o relatório com atenção.
Os sinais positivos sobre estabilidade fiscal e monetária são referentes a políticas desenhadas, majoritariamente, entre 2016 e 2022, e não nos últimos seis meses. Não se trata, portanto, de corroborar a atual política macroeconômica.
Muito pelo contrário, a S&P alerta para o perfil “expansionista” do governo do PT em relação a gastos públicos, compensada pela condução da política monetária “restritiva” adotada pelo Banco Central de Roberto Campos Neto e pelo forte desempenho do agronegócio.
“Desde 2016, o Brasil aprovou várias reformas para modernizar sua economia e administrar déficits fiscais e riscos relacionados”, afirma a S&P, citando “a independência do Banco Central, mudanças no sistema previdenciário, revisão do código trabalhista, governança mais forte das entidades relacionadas ao governo e a existência de uma regra fiscal”.
“Em nossa opinião, essas reformas explicam parcialmente por que o crescimento do PIB brasileiro, embora fraco em comparação com seus pares, foi melhor do que o esperado nos últimos dois anos. (…) Em 2022, a economia cresceu 3% devido a termos de troca favoráveis e consumo resiliente após uma forte recuperação do emprego. Grandes injeções de liquidez por parte do Banco Central e condições financeiras favoráveis em 2020-2021 também apoiaram a recuperação.”
A análise de longo prazo da agência de rating parte do princípio de que a atual administração de “centro-esquerda” trabalhe de forma “pragmática” com um Congresso de centro; e, fundamentalmente, não reverta as reformas aprovadas nos últimos anos. A S&P aposta na atuação firme do Congresso e de outras entidades autônomas, como o próprio BC.
“Esperamos que o pragmatismo político do governo se traduza em uma estrutura estável e previsível para a política monetária, esforços para conter o deslize fiscal e governança eficaz das entidades estatais, muitas delas com papéis importantes na economia brasileira. (…)
Acreditamos que, como resultado do equilíbrio de poder entre o governo, o Congresso e instituições públicas independentes, uma reversão dessas reformas é improvável.”
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