O ciclo de alta da Selic (juros básicos da
economia), que chegou ao fim nesta quarta-feira (21), encareceu o crédito em
32% para pessoas físicas e 45% para empresas, divulgou a Associação Nacional
dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Embora as
elevações mais recentes tenham tido impacto pequeno nos financiamentos e
empréstimos, o saldo final é considerável após um ano e meio de reajustes
contínuos.
De março de 2021 a setembro deste ano, o Comitê
de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic de 2% para 13,75%
ao ano. Em alguns casos, o impacto acumulado elevou o valor final dos
financiamentos em montantes superiores a R$ 10 mil, segundo a Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Segundo a Anefac, o juro médio para as pessoas
físicas passou de 92,59%, no início de 2021, para 122,65% ao ano agora. Para as
pessoas jurídicas, a taxa média saiu de 41,2% para 59,92% ao ano. Isso
representa encarecimento de 32,44% nas taxas anuais para pessoas físicas e de
45,44% para empresas.
Simulações
A Anefac fez simulações para medir o impacto da
alta da Selic em um ano e meio. No financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil
em 12 prestações, o comprador desembolsa R$ 6,97 a mais por prestação e R$
83,67 a mais no valor final com a taxa Selic atual. O cliente que entra no
cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias paga R$ 6,47 a mais.
Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão
de crédito por 30 dias, o cliente gasta R$ 93,30 a mais. Um empréstimo pessoal
de R$ 5 mil por 12 meses cobra R$ 29,69 a mais por prestação e R$ 356,22 a mais
após o pagamento da última parcela.
Um empréstimo de R$ 500 em 12 meses numa
financeira sai R$ 3,70 mais caro por prestação e R$ 44,42 mais caro no total.
No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses, o comprador pagará
R$ 218,46 a mais por parcela e R$ 13.107,83 a mais no total da operação.
Em relação às pessoas jurídicas, as empresas
pagam R$ 1.437,03 a mais por um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por
90 dias, R$ 539,21 pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$
94,67 a mais pela utilização de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20
dias.
Poupança
A Anefac também produziu uma simulação sobre o
impacto da nova taxa Selic sobre os rendimentos da poupança. Com a taxa de
13,75% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento quando o
prazo da aplicação é curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos é
alta.
Segundo as simulações, a poupança rende mais
que os fundos em apenas um cenário, com aplicação de até um ano em relação a
fundos com taxa de 3% ao ano. Quando o fundo tem taxa de administração de 2,5%
ao ano, a poupança rende o mesmo somente quando o dinheiro ficar aplicado por
até seis meses.
A vantagem dos fundos ocorre mesmo com a
cobrança de Imposto de Renda e de taxa de administração. Isso porque a
poupança, apesar de ser isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao ano (0,5% ao
mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic sobe. Esse
rendimento da poupança é aplicado quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o
que ocorre desde dezembro de 2021.
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