De janeiro a março
deste ano, 5.686 casos de influenza foram notificados no país, segundo dados do
Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) do
Ministério da Saúde. O número é mais da metade dos registros de 2021, que teve
10.005 casos confirmados por exames laboratoriais.
A alta de casos é notada principalmente em crianças e idosos. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, o grande desafio é vacinar os pequenos e as gestantes. Em 2021, o Ministério da Saúde tinha a meta de imunizar 90% do público infantil, mas dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), mostram que somente 76,8% das crianças foram imunizadas.
Na sexta-feira (29), o Instituto Butantan lançou, em parecia com a farmacêutica Sanofi, a campanha #ProtegidoContraGripe, com ilustrações do cartunista Maurício de Sousa para incentivar a imunização contra a doença.
Para a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o aumento de casos de influenza no país é uma consequência da baixa cobertura vacinal durante a pandemia da Covid-19, do enfraquecimento do sistema imunológico da população nesse período e da maior circulação do vírus após o fim das restrições.
“Nesses dois anos, a percepção de risco caiu porque as pessoas deixaram de ver a doença. No entanto, ocorre o contrário, um momento propício para a transmissão pois a imunidade caiu e a proteção que as crianças vinham ganhando progressivamente também. Os casos devem ocorrer de forma concentrada agora”, disse Richtmann, na coletiva de imprensa de apresentação da campanha.
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