O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está no
centro de uma polêmica envolvendo as eleições da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI). Em fevereiro deste ano, o petista declarou apoio a uma das duas
chapas que disputam o comando da entidade.
Detalhe: o candidato que ele apoia para presidente da associação, o jornalista Octávio Costa, já falou mal de Dirceu em um artigo publicado no jornal Brasil Econômico. Em fevereiro, Dirceu publicou a seguinte mensagem: "A centenária entidade dos jornalistas, a Associação Brasileira de Imprensa-ABI, vai ter eleições em abril, disputadas por duas chapas do campo democrático, o que já é uma boa notícia".
"Eu estou com a chapa ABI Luta pela Democracia, que tem Octávio Costa como candidato a presidente e Regina Pimenta, na vice. Ainda na diretoria, Moacir Oliveira, o Moa, que trabalhou comigo no Blog do Zé Dirceu", seguiu. Depois das publicações de Dirceu nas redes sociais, adversários da chapa desenterraram um artigo de 2013 assinado por Octávio Costa, à época chefe de redação do Brasil Econômico. Intitulado "Não acabou tudo em pizza", o texto criticava o fato de condenados no caso do mensalão se declararem presos políticos.
"[Dirceu] cometeu claro exagero ao dizer que está sendo fuzilado. Antecipou que vai recorrer a cortes internacionais porque se considera inocente e injustiçado. 'Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites', acusou", escreveu Costa.
"Os condenados do mensalão não são presos políticos. Estão presos, por ordem da mais alta Corte de Justiça do país, porque cometeram crimes no exercício do poder, seja no Executivo, seja no Legislativo", dizia ainda o artigo no Brasil Econômico. O apoio declarado por Dirceu tem incomodado membros da entidade, que acusam o ex-ministro de se meter onde não deve. As eleições da ABI serão realizadas na próxima sexta-feira (29), de forma virtual.
Por Mônica Bergamo | Folhapress
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