O consumo nos lares brasileiros teve uma alta
de 2,26% no primeiro bimestre deste ano em comparação com o mesmo período de
2021. A informação é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que
considera o aumento dentro do estimado pelo setor para 2022, que pode chegar a
crescer 2,80% no ano. O resultado, ainda que moderado, foi registrado sob os
efeitos da inflação e o crescimento dos custos da cesta básica de R$ 709,63 em
janeiro para R$ 719,06 em fevereiro.
Produtos como feijão, ovo, cebola e batata tiveram aumento expressivo dos preços. Somente a batata atingiu alta de 23,49%. Já em março, o índice da inflação teve a maior alta dos últimos 28 anos para o mês, um nível que não era visto desde antes da implantação do real. Segundo Marcio Milan, vice-presidente Institucional da Abras, a manutenção do nível de consumo das famílias brasileiras em meio a esse cenário pode ser explicada por programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil, sancionado em dezembro do ano passado.
"O cenário no primeiro bimestre do ano passado era instável. Desde fevereiro, o pagamento é certo para ao menos 18 milhões de famílias, e esse dinheiro em mão traz certa segurança para o consumidor", argumenta. Nos próximos meses, outro estímulo que pode ajudar a manter o consumo nos lares, prevê a Abras, é o Saque Extraordinário do FGTS (Fundo de Garantia). Entre abril e junho, cerca de R$ 30 bilhões deverão ser liberados para 42 milhões de brasileiros que têm recursos no FGTS, de acordo com o Ministério da Economia. O valor a ser sacado pode chegar a R$ 1 mil.
Por Folhapress
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