O médico patologista Paulo Saldiva coordena as
autópsias minimamente invasivas do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital
(SVOC), da Universidade de São Paulo (USP). Ele investiga a hipótese de que
fatores genéticos ajudem a explicar por que pessoas jovens e saudáveis, ainda
que em proporção muito que idosos e portadores de comorbidades, morrem de
Covid-19. Um dos casos que analisa é o de uma menina de 11 anos vitimada pela
doença em 2020.
A investigação também envolve o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP. A morte da criança inquieta os pesquisadores porque a análise das suas características genéticas não revelou nenhum traço de imunedepressão ou propensão a desenvolver comorbidades. Ou seja, era uma menina saudável.
Os cientistas também se debruçam sobre casos de idosos que tiveram versões leves da Covid-19 ou não testaram positivo para a doença quando pessoas do seu convívio se contaminaram. Foi assim com Stela Queiroga, de 90 anos, que, no fim de março de 2021, após um jantar em família em Belo Horizonte, perdeu três irmãs e o cunhado para o novo coronavírus. Stela morava com as três irmãs que faleceram, Maria das Graças, Maria Bernadete e Nair, todas mais novas do que a nonagenária, que não adoeceu.
https://piaui.folha.uol.com.br/genetica-da-covid-e-os-400-mil-mortos/
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