Dependência química é assunto
sério e uma questão de saúde pública. Muitas vezes, o processo de
desintoxicação de um dependente é incrivelmente difícil, penoso e demorado. Por
isso, cientistas estão sempre atrás de soluções para tornar essa luta um pouco
mais fácil e eficaz.
Cientistas da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveram vacina contra o vício em
cocaína. A droga ainda está na fase de testes em animais, mas promete acabar
com a dependência química do crack também. Um dos estímulos para a produção da
substância é a quantidade de pessoas que consomem cocaína no Brasil,
principalmente em Belo Horizonte. Estima-se que sejam cerca de mais de 2
milhões de usuários no país (em torno de 1,75% da população adulta), e 29 mil
só na capital mineira. Enquanto no mundo, a média é de 0,4% dos adultos
(aproximadamente 19 milhões), de acordo com dados do Escritório de Drogas e
Crimes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Vacina para dependentes
químicos.
A vacina consiste em uma
molécula que estimula a produção de anticorpos contra a cocaína no sistema
imunológico. Eles capturam a substância antes de chegar ao cérebro, modificam
sua forma e reduzem os efeitos, como a sensação de euforia que vem com a
liberação da dopamina, responsável pelo prazer. Sem isso, a vontade de consumir
a droga vai diminuindo. Em um primeiro momento, ela vai ser utilizada na
prevenção do abuso de cocaína por crianças e adolescentes e na luta também
contra o crack, explica um dos responsáveis pela pesquisa, o professor Angelo
de Fátima, do departamento de Química Orgânica da UFMG. Uma vacina com o mesmo
propósito já estava sendo produzida pela Faculdade de Medicina Weill Cornell,
em Nova York, nos Estados Unidos, desde 1996. Feita com a própria cocaína e
outras substâncias, mas diferente da brasileira, ela já está em fase de teste
em humanos e não mostrou efeitos colaterais, apesar de ter apresentado uma
duração limitada.
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