O Conselho Monetário Nacional
(CMN) definiu a meta de inflação para 2022 em 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo. O anúncio foi feito pelo Ministério da
Economia nesta quinta-feira (27). As metas de inflação para 2020 e 2021 foram
mantidas, respectivamente, em e 4% e 3,75%, também com intervalo de tolerância
de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Esse é o valor que o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá alcançar nos próximos anos. Em 2019, a
meta para a inflação também segue a mesma: 4,25%. Até 2016, a meta de inflação
era fixada com dois anos de antecedência, mas um decreto publicado no Diário
Oficial da União em junho de 2017 determinou que a definição passasse a ser
feita três anos antes. De acordo com o Banco Central (BC), a mudança teve como
objetivo reduzir as incertezas e melhorar a capacidade de planejamento das
famílias, das empresas e do governo. Desde 2005, o centro da meta de inflação
estava em 4,5%, com 2,5 pontos de margem de tolerância. Em 2006, esse intervalo
caiu para 2 pontos e permaneceu assim nos anos seguintes até ser reduzido para
1,5 ponto para 2017 e 2018, banda que será mantida agora até 2022. A meta de inflação deve ser perseguida pelo
BC ao definir a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política
Monetária (Copom) aumenta a Selic, pretende conter a demanda aquecida e segurar
os preços ao encarecer o crédito e estimular a poupança. Ao diminuir os juros
básicos, o Copom barateia o crédito, incentivando a produção e o consumo. De
acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo
Sachsida, o fato do governo ter reduzido a meta de inflação para 2022 não
sinaliza aumento na taxa básica de juros, atualmente em 6,5% ao ano.
"Alguns críticos costumam dizer que quando você abaixa a meta de inflação,
o governo é obrigado a aumentar juros. Uma meta de inflação mais baixa não é
correlacionada com juros mais altos. o fato de você abaixar a meta de inflação
não implica que o governo vai ter que subir juros", afirmou em coletiva de
imprensa para apresentar a decisão do CMN.
Para o subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da
Economia, Vladimir Kuhl Teles, a credibilidade da política monetária do país dá
tranquilidade aos agentes econômicos para confiar nas metas do governo.
"Os agentes determinam o preço com relação ao futuro a partir de suas
expectativas. A partir de um momento que você define uma meta, você não vai
precisar aumentar juros para baixar preços. Tudo depende da credibilidade do
Banco Central", disse.
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