O projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2020 prevê que os servidores públicos em condições de
aposentadoria vão esperar mais sete anos para ingressar formalmente com os
pedidos, por conta também do chamado “abono de permanência”. O benefício,
instituído através de emenda constitucional (41/2003), corresponde ao valor da
contribuição previdenciária mensal do servidor que solicitar, desde que tenha
cumprido os requisitos para aposentadoria e escolha permanecer em atividade. Segundo
o projeto, só existe abono em caso de aposentadoria proporcional se adquirido o
direito até 30 de dezembro de 2003, e, por idade (homens, 65 anos, e mulher,
60) – se completada a idade até a mesma data –, acrescido de tempo de
contribuição (homem, 30 anos e mulher, 25 anos). De acordo com o texto da lei
orçamentária, considerava-se que todos os servidores identificados com direito
ao recebimento do abono de permanência iriam exercer de imediato o direito à
aposentadoria. Mas o governo acrescentou que essa “hipótese” se mostrou “muito
conservadora”, porque na prática não é o que acontece. Com isso, adotou-se a
premissa de que os servidores aguardarão mais sete anos no trabalho, “contados
da data de cumprimento da melhor elegibilidade para se aposentar”. O secretário
especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério
da Economia, Gleisson Rubin, diz que há em curso um movimento para alterar as
regras vigentes de aposentadoria, por meio de proposta que tramita no Congresso
Nacional. “É de se esperar que o número de pedidos [de aposentadoria] aumente,
o que de fato se vem observando nos últimos 60 dias”, disse ao portal Notícias
Concursos. Segundo projeções da LDO 2020, os gastos com servidores na esfera
federal avançariam gradativamente, de R$326 bilhões em 2019 (4,46% do PIB) até
chegar a R$ 363,3 bilhões em 2022. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem
buscado diminuir as despesas com os servidores públicos federais. Atualmente,
conforme dados governamentais, é o segundo maior gasto do orçamento primário da
União (aquele que não tem relação com a dívida pública) nos próximos anos.
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