A descoberta de petróleo na
Guiana muda radicalmente a perspectiva futura desse pequeno país sul-americano.
A extração de petróleo começará em 2020 e, até 2025, a produção chegará a 750
mil barris por dia.
A ExxonMobil descobriu petróleo
no litoral da Guiana em 2015 e, segundo estimativas conservadoras, a jazida tem
a capacidade de produção de cerca de 4 bilhões de barris. Segundo
especialistas, é possível que a ExxonMobil descubra ainda mais reservas de
petróleo no bloco Stabroek, uma formação rochosa a 193 km da costa do país. De
acordo com a previsão da ExxonMobil, a extração de petróleo começará em 2020 e,
até 2025, a produção chegará a 750 mil barris por dia. As receitas da
exploração de petróleo, se bem administradas, terão um forte impacto na
economia da Guiana, um pequeno país com uma população de menos de 800 mil habitantes
e um PIB de pouco mais de US$ 6 bilhões. Mas a história está repleta de casos
de países que não souberam administrar as receitas de seus recursos naturais. Após
a Primeira Guerra Mundial, as exportações de petróleo da Venezuela cresceram
com rapidez e o país enriqueceu, porém em 1998 o governo de Hugo Chávez
nacionalizou o setor de petróleo e investiu suas receitas em programas sociais.
A infraestrutura antiga e a queda nos preços do petróleo provocaram uma crise
econômica agravada pela política desastrosa do presidente Nicolás Maduro. Hoje,
faltam itens básicos, como alimentos e remédios, para a população da Venezuela.
E, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de inflação
atingirá 1.000.000% até o final de 2018. De 2000 a 2013, a Guiné Equatorial, um
pequeno país da África Ocidental, arrecadou US$ 45 bilhões com a exportação de
petróleo. No entanto, poucas pessoas beneficiaram-se com os recursos do
petróleo em razão de um governo autoritário e corrupto. Problemas de corrupção,
infraestrutura e conflitos de poder também podem afetar o desempenho do governo
da Guiana na gestão das receitas de exportação de petróleo. Existe também a preocupação com a
“doença holandesa”, uma expressão que se refere à exploração de um novo setor
econômico em detrimento de outros segmentos da economia. Atualmente, a receita
principal da Guiana provém das exportações de ouro, bauxita, açúcar e arroz. Na
opinião da maioria dos analistas o contrato da Exxon com a Guiana beneficia a
multinacional. Há pouco tempo, o FMI aconselhou o governo da Guiana a rever as
cláusulas do contrato em acordos futuros. “No acordo atual as taxas de royalty
são muito inferiores às observadas internacionalmente”, afirmou um relatório do
FMI. Os contratos futuros, disseram os economistas do Fundo, precisam garantir
que a Guiana receba uma parcela maior dos lucros brutos. Outros analistas
justificam os termos do contrato em razão da inexperiência e da falta de
infraestrutura da Guiana para a exploração do petróleo. “Por esse motivo, o
governo precisa oferecer leis tributárias mais flexíveis para atrair
investidores”, disse Ruaraidh Montgomery, analista sênior da empresa Wood
Mackenzie. Mas o governo da Guiana está agindo com cautela. O país aderiu à
Extraction Industries Transparency Initiative (EITI), uma organização formada
por empresas que atuam no setor de extração de petróleo e gás e pelos países
nos quais essas atividades são realizadas. E tem planos de criar um fundo
soberano este ano. Agora, resta esperar o início da produção em 2020.
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