Os polos magnéticos da Terra poderão se inverter mais cedo e
de modo mais rápido do que se pensava, aponta um estudo divulgado por
pesquisadores chineses nesta terça-feira (21/08).
Até agora, os cálculos dos
geofísicos indicavam que esse fenômeno fosse ocorrer em algumas centenas de
anos, mas novas evidências sugerem que a última mudança geomagnética, no final
da última era do gelo, levou apenas 144 anos para acontecer, ou seja, num prazo
30 vezes mais rápido do que se imaginava. Os polos magnéticos do nosso planeta
resultam dos metais líquidos existentes no núcleo da Terra. Quando essas
substâncias começam a se movimentar em direções diferentes, podem gerar um
impacto de grandes proporções no campo magnético do planeta. Os pesquisadores
apontam várias razões que levaram a crer que a próxima mudança no magnetismo
dos polos poderá ocorrer em breve. O campo magnético da Terra estaria em torno
de 10% mais fraco se comparado aos registros de 175 anos atrás, o que
significaria que o fenômeno estaria próximo de ocorrer. Além disso, os polos
magnéticos estão se movendo de maneira bastante rápida. O Polo Norte se
localiza atualmente no gelo polar ao norte do Canadá. Entretanto, a cada ano é
registrada uma mudança de cerca de 50 quilômetros em direção à Sibéria. Para os
cientistas, o argumento mais significativo para justificar essa tendência seria
de que a reversão nos polos magnéticos estaria bastante atrasada. Esse fenômeno
ocorre, em média, a cada 200 mil ou 300 mil anos, e a última inversão completa
ocorreu há cerca de 780 mil anos. Desde então, o planeta teve diversas vezes as
chamadas "excursões" geomagnéticas, que não acarretam mudanças
permanentes nos polos magnéticos, mas resultam em desvios temporários, com a
ocorrência de reversões completas, mas de curto prazo. O pesquisador Jürgen
Matzka, do Instituto de Ciências Ambientais e da Terra em Potsdam, afirmou que
essas excursões ocorrem com frequência dez vezes maior do que anteriormente.
Segundo afirma, essas ocorrências são, a princípio, indistinguíveis das
verdadeiras mudanças nos polos. Apesar dessas reversões não representarem
qualquer ameaça à humanidade, os especialistas alertam que poderão gerar falhas
nos satélites que orbitam a Terra. Esse risco, porém, não chega a ser uma
novidade, pois o enfraquecimento do campo magnético terrestre já deixa os
satélites mais vulneráveis aos danos provocados pela radiação solar e a
partículas lançadas pelo Sol. Os cientistas conseguiram analisar as flutuações
dos campos magnéticos ao examinarem estalagmites em cavernas de rochas
calcárias. Muitas destas ainda estão magnetizadas, o que permite calcular a
idade desses minerais com facilidade.
Autor: David Martin (rc)
Sem comentários:
Enviar um comentário
obrigado pela sua participação grato
por sua visita!...e fique a vontade para opinar.