O aumento do fluxo migratório de
venezuelanos causa preocupação nos países latino-americanos. Cerca de 550 mil
venezuelanos migraram para as cidades na fronteira com a Venezuela no fim de
2017.
Todas as manhãs uma multidão de
venezuelanos cruza a ponte Simón Bolívar em direção à Colômbia para comprar
alimentos e remédios em meio à escassez de produtos básicos em seu país. Mas
muitos atravessam a fronteira para fugir da profunda crise política, econômica
e social na Venezuela. Segundo registros dos funcionários do serviço de
imigração colombiano, 550 mil venezuelanos migraram para as cidades na
fronteira com a Venezuela no final de 2017. Em 8 de fevereiro, o presidente da
Colômbia, Juan Manuel Santos, em visita à cidade fronteiriça de Cúcuta,
anunciou que a Colômbia interromperia a emissão de cartões de entrada com
vigência de um dia para venezuelanos e que 3 mil guardas vigiariam a fronteira
de 2.200 km entre os dois países. “Essa é uma situação inédita na história da
Colômbia”, disse. Santos não é o único presidente latino-americano preocupado
com a entrada de migrantes venezuelanos em seu país. Em 12 de fevereiro, o
presidente do Brasil, Michel Temer, visitou Boa Vista, a capital do estado de
Roraima com 330 mil habitantes, onde vivem 40 mil venezuelanos em condições
precárias. O governo pretende duplicar o número de guardas na fronteira com a
Venezuela para “disciplinar e coordenar” o fluxo migratório, disse Temer. O
governo também planeja transferi-los para outros estados brasileiros. Mais de
200 mil venezuelanos migraram para o Equador de janeiro de 2016 a setembro de
2017, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Em
seguida, três quartos desses migrantes foram para o Peru e o Chile. Calcula-se
que 27 mil venezuelanos refugiaram-se na Argentina em 2017 e 40 mil em Trinidad
e Tobago. Dos 34 milhões de habitantes da Venezuela cerca de 2,7 milhões estão
vivendo no exterior. A Colômbia está tentando controlar a entrada de pessoas
que fogem de um país mergulhado em uma crise dramática, com a previsão de
inflação de 13.000% este ano. Em um apelo ao sentimento humanitário da
população da Colômbia, o presidente Santos mencionou a acolhida do governo
venezuelano a 1 milhão de cidadãos colombianos durante os mais de 50 anos da
guerrilha com as Farc. De acordo com a ministra das Relações Exteriores da
Colômbia, María Ángela Holguín, a Turquia, que abriga um grande número de
refugiados sírios, e a ONU têm colaborado com o governo colombiano na solução
dos problemas causados pelo fluxo intenso de migrantes da Venezuela. O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou eleições presidenciais para
22 de abril. Sem um concorrente que possa derrotá-lo ele será reeleito. E
enquanto estiver no poder o êxodo dos venezuelanos representará um desafio
crescente para os governos dos países da América Latina.
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