https://youtu.be/VeDP6ZEsuro
FONTE: O IMPARCIAL: https://www.facebook.com/OImparcialMA/videos/1506395579416276/?notif_id=1511354258860803¬if_t=live_video
Um bairro inteiro da cidade de
Açailândia (MA) vive de maneira degradante há três décadas por conta do polo
siderúrgico e industrial que rodeia o bairro causando grande poluição e perigo
à saúde.
Na manhã desta quarta-feira (22),
moradores do Bairro Piquiá de Baixo, de Açailândia (MA), interior do Estado,
virão protestar contra a demora no processo de reassentamento na sede da
Gerência Habitacional da Caixa em São Luís, que coordena o projeto. Há 30 anos
os moradores sofrem com a poluição causada pelo polo industrial que rodeia o
bairro. A demora no processo de reassentamento vem preocupando a população que
sofre de doenças de pele e pulmonar pela inalação e absorção de pó de ferro e
outras substâncias prejudiciais à saúde humana.
Os moradores exigem celeridade,
pois aguardam, há quase um ano, pela aprovação do projeto executivo do novo
bairro pela Gerência Habitacional da Caixa, em São Luís, que segundo eles, tem
colocado diversos entraves, alguns que até contrariam a própria portaria do
Ministério das Cidades para o Programa e a legislação urbanística vigente no
município de Açailândia (MA).
O caso já teve repercussão
nacional e internacional, devido à grave violação de direitos humanos, levando
inclusive à ONU a interpelar o Estado brasileiro para apresentar uma solução
rápida e efetiva para a questão. O caso foi tratado também em audiência da
Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, em Washington, em outubro de
2015. As denúncias levaram a comunidade a conquistar o terreno, e ter o projeto
selecionado para financiamento pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo
Federal.
Desde 2008, após avaliar as
possibilidades, os moradores decidiram comunitariamente lutar pelo
reassentamento em um local livre de poluição, pois o nível de degradação do
local é muito alto, e afeta o solo, vegetação e rios que foram contaminados
pelos resíduos vindo das chaminés das siderúrgicas. Uma equipe médica do Instituto
dei Tumori de Milão realizou pesquisa avaliando a insuficiência respiratória
dos moradores de Piquiá de Baixo por meio de estudos espirométricos e
identificou 28% de casos patológicos, enquanto a média dos estudos realizados
em outros países varia de 4 a 14% (2016).
O Ministério Público e a Defensoria
Pública do Estado do Maranhão estiveram conduzindo uma mesa de negociações
visando à efetivação do reassentamento. Essa mesa incluiu as indústrias de
ferro gusa (representadas pelo SIFEMA), a Vale S.A., a Prefeitura Municipal de
Açailândia e o Governo do Estado do Maranhão, além da Associação de Moradores e
das entidades que os apoiam.
Entenda o Caso
O caso de Piquiá de Baixo é
emblemático, recebeu sinais concretos de solidariedade nacional e internacional
e, se bem resolvido, poderá se tornar modelo de organização popular capaz de
converter os impactos industriais, identificar responsabilidades dos poderes
políticos e econômicos e construir modelos de vida e produção realmente
sustentáveis e respeitosos das culturas e prioridades locais. No bairro cerca
de 1.100 pessoas sofrem cotidianamente com a poluição. O bairro já existia a
pelo menos 15 anos da chegada das Siderúrgicas, a partir do final dos anos 80,
juntamente com as operações cotidianas de transporte, descarregamento e
carregamento de minério de ferro e lingotes de ferro-gusa pela empresa Vale
S.A.
Desde 2005, a Associação
Comunitária dos Moradores do Piquiá (ACMP) tem se mobilizado frente a essas
violações e encaminhado denúncias a distintos órgãos a respeito da grave
situação decorrente dos altos índices de poluição. Laudos técnicos realizados
por profissionais idôneos já atestaram pelo menos desde 2007 a inviabilidade da
convivência entre as indústrias e assentamentos humanos naquela localidade.
Nos últimos 10 anos, 380 famílias
do bairro industrial de Piquiá de Baixo estão lutando contra as empresas
poluidoras do polo industrial de Açailândia (MA) que corresponde as
siderúrgicas Gusa Nordeste, Viena, Aço Verde Brasil e Cimento Verde Brasil, que
juntas lançam substâncias altamente poluentes. Manifestações e protestos,
denúncias, processos judiciais, reivindicações para o eficaz monitoramento
ambiental por parte do Estado, luta para a instalação de filtros e diminuição
dos impactos.
Lidiane Ferraz
Assessoria de imprensa JNT
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