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Cachoeira dos Morcegos, em Grajaú, é um dos locais mais visitados por turistas que buscam turismo de aventura. |
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Empreendedor Linkon Barros, proprietário do balneário Cacheira dos Morcegos, tem despertado para investir no negócio, transformando-o em um roteiro turístico. |
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Na comunidade indígena Bacurizinho, o turista tem a oportunidade de experimentar vivências indígenas. |
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Equipe do Sebrae durante visita a comunidade indígena Bacurizinho. |
índia durante ritual “da menina moça” ou “moqueado”. |
A
Cachoeira dos Morcegos e Aldeia Bacurizinho já recebem visitantes e o Sebrae
está acompanhando esse processo de desenvolvimento turístico na região,
trabalhando a estruturação desses roteiros dentro da ótica empreendedora.
Para quem busca diversão,
aventura, cultura e muita interação com a natureza e com os povos indígenas Guajajaras,
um dos melhores roteiros encontrados no Maranhão está na cidade de Grajaú, a
564 km de São Luís, em média 8h da capital maranhense. A cidade carrega consigo o título
de “Princesinha do Cerrado Maranhense” e é com esse título que tem atraído turistas
e investimentos para a região.
Com 206 anos, Grajaú é uma
das cidades mais antigas do Maranhão. Com pouco mais de 60 mil habitantes e um
território com cerca de 9.000 km², dois biomas predominantes, o cerrado e amazônia,
além de contar com a terra indígena Bacurizinho, que tem quase cinco mil índios
da etnia Guajajara. Nesse contexto geográfico, histórico e cultural, a cidade
desperta para o desenvolvimento do ecoturismo e turismo indígena.
O roteiro turístico, que
ainda está em fase de estruturação para que seja considerado um produto
turístico, é oferecido na região centro sul, em pleno cerrado maranhense, ás
margens dos rios Grajaú e Mearim, oferecendo mais do que lazer, conhecimento e
aventura, a proposta é incentivar a prática de esportes radicais e vivência nas
aldeias da terra indígena Bacurizinho.
Em meio a rios e uma mata ainda intacta entre os
municípios de Grajaú, Barra do Corda e Fernando Falcão, está localizada a
Cachoeira dos Morcegos, balneário que fica dentro da propriedade do empresário
Linkon Barros, um dos locais mais visitados pelos turistas em Grajaú. A
cachoeira dos morcegos fica a 30 km da cidade de Grajaú e tem um bom acesso em estrada
de chão. Muita gente visita a cachoeira que traz esse nome porque durante a noite as brechas e paredões de
arenito servem como refúgio para os animais.
A queda d'água tem quase 10
metros de altura, mas não é a única atração do lugar. Com um total de 1.400
hectares, a propriedade de seu Linkon é um paraíso natural ainda pouco
explorado, por isso, totalmente preservado. Acreditando no potencial turístico da sua
propriedade, o empresário Linkon Barros, de 56 anos, tem recebido visitantes e
aventureiros que buscam o local para praticar esportes radicais, mergulhar nas
águas cristalinas do rio Grajaú e descansar. O turista que vai a Cachoeira dos Morcegos
encontra uma beleza inenarrável e ainda pouco explorada, além de uma paisagem
maravilhosa das serras. Acreditando nisso, Linkon procurou o Sebrae, em busca
de parceria para que fosse realizado o estudo sobre o potencial turístico de
sua propriedade.
“A natureza foi muito generosa comigo. Aqui na
cachoeira já recebo gente de toda a região e de outros estados e agora vou
agregar valor em cima disso. Nesse sentido, procurei orientação do Sebrae em
Grajaú, fiz algumas capacitações, inclusive o Empretec, que mudou minha visão
empreendedora. Com a finalização do estudo sobre turismo realizado pelo Sebrae,
a proposta agora é investir em estrutura que acomode os turistas. Acredito que
com o acompanhamento que estou recebendo, poderei investir mais na minha
propriedade e assim ajudar a desenvolver turismo em Grajaú”, destacou o empresário.
Turismo indígena
Na região de Grajaú, estão
vários grupos indígenas, os Guajajaras, Timbiras e Kanelas, povos que deram
origem ao nome do mais novo polo turístico do Maranhão, o Polo Turístico Regional
das Serras, Guajajara, Timbira e Kanela. Contudo, especificamente entre as
cidades de Grajaú e Formosa da Serra Negra, está a terra indígena Bacurizinho,
dos índios Guajajaras, da família Tupi-guarani, que falam “tenetehara”.
Para desbravar as belezas naturais e atrativos
culturais do roteiro turístico da terra indígena Bacurizinho, o turista
percorre 22 km de estrada de chão em bom estado. Os moradores da principal
aldeia acomodam, apresentam e acompanham os visitantes pelo roteiro turístico.
Ligada a evolução tecnológica, na aldeia já tem internet banda larga, energia e
a maioria das casas são construídas de engenharia convencional.
No Brasil o turismo
indígena começa a despontar e já é uma medida normatizada pela Funai. Na terra
indígena Bacurizinho que possui 18,20% do território do município de Grajaú, os
indígenas já estão realizando atividades turísticas usando suas tradições e costumes
como principal atrativo e já é possível viver um dia de índio visitando a
rotina nas aldeias.
Os turistas são recebidos pelos índios e conversam
com os moradores das aldeias, incrustadas em meio ao cerrado, cortadas pelo rio
Grajaú. Nas aldeias, além de vivenciarem a cultura indígena, participam dos
rituais de passagem como o “da menina moça” ou “moqueado” - celebrado quando
uma índia vivencia o início de seu ciclo menstrual - e da dança tradicional
indígena, onde o turista pode pintar seu corpo com a arte indígena feita com tinta
de jenipapo (líquido extraído a partir do fruto do jenipapeiro), mergulhar no
rio Grajaú e tomar banho de cachoeira, além de conhecer e comprar o artesanato
produzido pelas índias, contribuindo assim, com a renda familiar da aldeia. Para
pintar o corpo o turista paga entre R$ 5,00 a R$ 10,00 , dependendo do tipo de
pintura feita pelo indígena.
Edilene Guajajara, artesã, produz artesanato
diariamente e nos períodos de festas tradicionais como o carnaval, festejos
juninos e moqueado, chegando a não dá conta da demanda. De acordo com a artesã,
os produtos mais comercializados são as roupas, capacetes (cocar indígenas) e
bijuterias, tudo produzido com linha, sementes, canutilhos e penas. Os preços das bijuterias variam conforme a
peça. Um brinco, por exemplo, é vendido a R$ 5,00 (cinco reais), a rede é a
peça considerada de maior valor de venda, R$ 250,00 (duzentos e cinquenta
reais).
“O artesanato que eu faço é de encomenda, as roupas
das meninas da festa do moqueado, as bolsas para o carnaval e os enfeites para
os dançarinos das quadrilhas juninas, tudo isso eu faço. A própria cacique da
aldeia incentiva a produção e ajuda a vender. Esse dinheiro ajuda muito na
minha renda, é com ele que eu compro minhas ‘besteirinhas”, ressaltou Edilene.
A cacique Yara Guajajara é técnica em enfermagem e
uma das principais incentivadoras da atividade na aldeia. Segundo ela, a
oportunidade que o turismo proporciona para os indígenas é a promoção da
cultura de seu povo, a melhoria da renda e o incentivo ao cuidado com o meio
ambiente. “Recebemos o visitante muito bem. Aqui ele toma banho em um rio
limpo, visita as cachoeiras, conhece e experimenta os costumes do nosso povo. Temos
prazer em divulgar e promover o turismo local, não somente para mostrar a nossa
tradição e costume, mas pra mostrar que a tradição pode caminhar com inovação”,
destacou a cacique.
Para a gerente regional do Sebrae, Cecília Salata, o
crescimento e desenvolvimento do setor se dá em diferentes ramificações dentro
do que se pode classificar como turismo rural e, agora, turismo indígena. “O
Sebrae participa dessa construção, orientando e capacitando todos os
empresários e potenciais empresários, no intuito de ter sucesso com as ações,
desenvolvendo o mercado de forma mais abrangente”, coloca a gerente. Ela
esclarece que todo atrativo turístico só se transforma em negócio quando ele se
vira um produto turístico, agregando serviços às belezas naturais, para que o cliente
possa aproveitar o local e usufruir de toda a sua potencialidade. “Estamos no
processo de identificação do potencial turístico em Grajaú e vamos capacitar e
orientar os pequenos negócios, visando o desenvolvimento de ações
empreendedoras para melhorar a qualidade de vida e autoestima dessas
comunidades”, ressaltou Cecília.
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