Com pouco mais de 10.000
habitantes, a pequena Itaipulândia, no oeste do Paraná, ficou praticamente sem
vereador nesta terça-feira. Dos nove parlamentares da cidade, oito foram presos
em uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual. Eles são acusados de
recebimento irregular de diárias de viagens na Câmara Municipal.
Os mandados de prisão temporária
foram expedidos pelo juiz criminal da comarca de São Miguel do Iguaçu, Hugo
Michelini Junior, atendendo a um pedido do Gaeco. Policiais prenderam inicialmente
seis dos oito acusados no início da manhã e outros dois se entregaram no início
da tarde desta terça-feira. Silvani Olivia Groth Mendes (PV), Marlei Kaefer
(PSL), Jair Jose Escher (PR), Gelson Lautert (PR), Diacir Ferreira da Silva
(PSB) e Adolfo Florencio Preis (PSB) foram encontrados em casa e encaminhados à
sede do Gaeco de Foz do Iguaçu.
Vilso Nei Serena (PP), que é
presidente da Câmara, e Claudinei Vieira (PMDB) se apresentaram horas mais
tarde. O único vereador não investigado é Roberto Piano (PT). Quatro servidores
da Câmara de Itaipulândia também foram detidos.
"Há casos em que os vereadores
se inscreviam em cursos, de preferência, com duração de até quatro dias,
registravam a presença, mas voltavam sem participar efetivamente da
capacitação. Era uma maneira de receber mais diárias. Além disso, a preferência
era por viagem para fora do Estado, que preveem valores mais altos",
afirmou um investigador do Gaeco, que preferiu não ser identificado. De acordo
com a promotoria, a Câmara de Itaipulândia gastou 511.000 reais com diárias e
160.000 reais para pagamento de cursos.
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