O cenário de crise da indústria
siderúrgica brasileira bateu de frente no emprego. Segundo levantamento feito
pelo Instituto Aço Brasil (IABr), 11.188 funcionários do setor já foram
demitidos em doze meses e outros 1.397 tiveram seus contratos suspensos (lay
off). Essa desmobilização de mão de obra, fruto da fraca atividade, é
consequência da desativação ou paralisação de 20 unidades, sendo 2 alto-fornos,
4 aciarias e laminadores.
Ainda de acordo com a entidade,
caso o quadro atual se mantenha a estimativa é de que outras 3.955 pessoas
sejam demitidas ainda neste ano.
O IABr aponta ainda que US$ 2,1
bilhões foram postergados em investimentos do setor.
Produção
O Instituto Aço Brasil (IABr)
revisou a sua estimativa de produção de aço bruto em 2015 para uma queda de
3,4% em relação ao ano passado, a um volume de 32,8 milhões de toneladas. A
expectativa anterior apontava para um crescimento de 6,4% nos volumes
produzidos. "Estamos vivendo a maior crise de nossa história", disse
o presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello
Lopes.
Para as vendas internas, que a
entidade já havia revisto para uma queda de 8% neste ano, a percepção é de
piora do cenário. Agora o IABr espera que as vendas de aço no mercado doméstico
em 2015 caiam 15,6% em relação ao ano passado, para 18,3 milhões de toneladas.
Já para o consumo aparente de aço a estimativa é de uma retração de 12,8% para
22,3 milhões de toneladas, ou seja, o mesmo patamar visto em 2007.
O presidente do conselho diretor
do Instituto Aço Brasil (IABr) e presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin
Mario Baptista, disse que os clientes das siderúrgicas, como o setor
automobilístico e da construção civil, por exemplo, vivem uma situação tão
difícil quanto a vista pelas usinas. "Vemos um impacto direto no nosso
negócio. A situação que estamos convivendo hoje é mais grave do que a crise de
2008 e 2009, mas nesta não temos horizonte e não mostra a luz do túnel",
disse o executivo.
Um dos pontos que pesa hoje para
o setor é o excesso de capacidade no mundo, que hoje chega a 719 milhões de
toneladas, vindo, em especial, da China, país que tem, inclusive pressionado
outros por exportar aço em prática considerada como desleal no mercado. Por
conta disso, a entidade vem trabalhando para que medidas de defesa comercial
contra a China sejam adotadas. Baptista destacou que as entidades da América
Latina estão unidas, "apelando" para que os governos da região atuem
em prol da competição leal.
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