A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base do
projeto de lei que amplia a possibilidade de terceirização de mão de obra.
Ainda restam destaques e sugestões de alterações no texto, que devem ser
discutidos na terça-feira da semana que vem. Depois disso, a proposta vai ao
Senado Federal. O governo e o PT, que pediam mais tempo para discutir o texto,
acabaram derrotados na votação desta terça. Foram 324 votos a favor, 137 contra
e 2 abstenções.
Atualmente, as empresas só podem terceirizar o serviço de
atividades-meio, como limpeza e segurança predial. Pela proposta aprovada na
Câmara, também seria possível terceirizar atividades-fim. Um hospital, por
exemplo, poderia contratar médicos por meio de outra empresa, sem formar
vínculo empregatício com os profissionais – exceto quanto a contratante for
empresa pública ou de economia mista.
Apesar da ausência de vínculo, a empresa que recorrer à terceirização
está sujeita às obrigações trabalhistas, tributárias e previdenciárias da
contratação. É dever dela fiscalizar o pagamento desses direitos. Se não o
fizer, poderá ser responsabilizada de forma solidária à companhia contratada.
O texto aprovado também prevê que, se a contratada não fizer os
pagamentos devidos aos trabalhadores, a contratante deve reter parte do
pagamento mensal para assegurar o cumprimento desses direitos. A proposta
estabelece ainda que a contratante não pode proibir nem impor condições para a
contratação de empregados pela contratada. Em caso de descumprimento, as
empresas podem ser multadas.
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Negociação - O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE),
afirmou que ainda havia trechos da proposta a negociar e pediu mais tempo antes
da votação. “Não é verdade que foi tudo consolidado aquilo que foi negociado
com o Ministério da Fazenda. tem questões em aberto que vão ser discutidas
daqui até terça-feira”, disse ele. O governo trabalha para que a proposta não
resulte em elevação de impostos e, por outro lado, tenta construir um texto que
suscite menos críticas de entidades sindicais.
Em nota, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Miguel Rossetto, criticou a aprovação da medida. “O projeto é ruim,
pois permite que toda relação de trabalho seja terceirizada, portanto,
precarizada. Reduz os salários e os fundos de seguridade social. Não é bom para
os trabalhadores. Não é bom para o país”, defendeu.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que os sindicatos ligados
ao PT reagem à proposta porque vão perder influência e dinheiro da contribuição
sindical. “O que está em jogo é o financiamento da CUT para contratar de forma
terceirizada capangas para vir à porta do Congresso e apoiar a política de
terceirização da Petrobras promovida pelo PT”, disse ele.
Fonte: Veja
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