Carolina Sarres | Agência Brasil
O Ministério Público do Trabalho
(MPT) vai investigar se a vinda de médicos cubanos ao país fere a legislação
trabalhista brasileira. Em um primeiro momento, será aberto um procedimento
investigatório que pode levar a um processo, caso alguma irregularidade na
conduta da contratação ou na prática da profissão seja constatada. Entre as
irregularidades que podem ocorrer estão o desrespeito à jornada de trabalho, as
condições de exercício da profissão e a remuneração abaixo do salário mínimo
(R$ 678, atualmente).
“Vamos discutir isso com o MPT
com a maior tranquilidade e com a maior clareza. Mantemos o nosso pensamento de
que o que o Brasil faz hoje é uma coisa que vem sendo feita por vários países.
Temos uma novidade e vamos trabalhar para que isso ocorra bem”, disse o
secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde,
Fernando Menezes.
A investigação do Ministério
Público foi motivada pela preocupação expressa pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) de que a contratação desses profissionais desrespeitaria a
legislação do Trabalho e os direitos humanos. Um ponto que gera questionamentos
é o fato de a bolsa de R$ 10 mil paga aos profissionais cubanos ser repassada
ao governo da ilha, com a intermediação da Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) para posterior pagamento aos médicos – o que poderia levar os
profissionais a receber valores abaixo do que é permitido pela lei brasileira.
O secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, rebateu as desconfianças do CFM e
informou que o regime de trabalho dos médicos não fere os direitos dos
profissionais ou dos pacientes brasileiros. “Todos esses médicos estão vindo
voluntariamente. Terão previdência paga pelo ministério. Alimentação e moradia
paga pelo município. Dificilmente isso se assemelha a qualquer coisa parecida
com escravidão”, informou Barbosa.
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