As mulheres
movimentam hoje no Brasil R$ 741 bilhões por ano. Em 20 anos, a classe média
feminina saltou de 33% para 52%. A mulher é a verdadeira protagonista de todas
as mudanças sociais que estão ocorrendo no país. As mais jovens, em especial,
estão impulsionando as mudanças. É o que comprovou um estudo recente do
Instituto Data Popular, realizado com o apoio da C&A e das Casas Bahia,
sobre “a nova mulher brasileira”, que ouviu 1.300 brasileiras de 44 cidades.
Segundo a
pesquisa, a mulher comandou, por exemplo, a redução drástica no número de
filhos ao longo das últimas duas décadas. Por escolha dela e certamente a
dificuldade de conciliar trabalho e família, a média de filhos caiu de 6,3
filhos há 40 anos para os atuais 1,7 filhos. Enquanto isso, a média de anos de
estudo subiu de 1,8 anos para oito.
Nos últimos
anos, cresceu 157% o número de mulheres trabalhando, volume cinco vezes maior
do que a população. Como consequência, a renda das mulheres vem crescendo em
proporções maiores que a dos homens: nos últimos dez anos, aumentou 62%,
enquanto a dos homens avançou 39%. “Hoje, 62% das mulheres acreditam que elas
devem ser independentes financeiramente e duas em cada três contribuem para a
renda familiar. Outro dado interessante é que 81% delas gostariam de mudar de
emprego”, destaca Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.
Por outro
lado, o que mostra a dicotomia na vida dessa geração de jovens mulheres no
mercado de trabalho é que 59% delas acreditam que ser feliz é constituir uma
família e 75% se sentem culpadas por dedicar pouco tempo aos filhos. E 89%
ainda são as responsáveis pelas tarefas domésticas, além do trabalho fora de
casa.
De acordo
com a pesquisa, as jovens mulheres da classe média esperam dos seus cônjuges,
principalmente, companheirismo (74%) e cumplicidade (42%). Nove entre cada dez
mulheres pesquisadas consideram difícil encontrar um companheiro.
Mercado de
trabalho
Outro estudo
do Instituto Data Popular avaliou as mulheres no mercado de trabalho. Segundo
Meirelles, o que ficou claro é que elas ainda acumulam mais funções cotidianas
do que os homens. A pesquisa ouviu mulheres e homens das classes C e D, além de
um grupo específico de trabalhadoras domésticas mensalistas/diaristas. A queixa
número um — de 58% delas, ou sete em cada dez mulheres — é a falta de tempo
para cuidar de si mesma. Seis em cada dez dormem menos de seis horas por noite
e 64% das mulheres casadas das classes C e D dizem que seus maridos “dão mais
trabalho do que ajudam”.
Além de
trabalhar fora, elas têm que tomar para si, muitas vezes integralmente, a
responsabilidade dos cuidados com a casa e com os filhos. A pesquisa
apontou que, entre as casadas, 71% não contam de fato com a ajuda do marido em
tarefas domésticas ou relativas ao cuidado diário com filhos menores; e 98% das
entrevistadas, além de trabalhar, também cuidam da casa. “Embora a nova geração
de mulheres seja mais escolarizada e tenhamos identificado a ampliação do
número de internautas, o que ajuda a trazer mais informação para aquelas de
classes mais baixas, a maior parte delas continua atarefada e cada vez mais
sobrecarregada. E esse acúmulo de atividades está atrelado ao fardo da cultura
machista que elas têm que lidar em sua realidade”, diz Meirelles, que conversou
com várias mulheres e identificou que a maioria preserva a alegria de viver,
mesmo tendo de acordar muito cedo, preparar as refeições para a família e
enfrentar transportes públicos abarrotados para chegar ao trabalho.
Dentro desse
caos diário, elas têm que se desdobrar para arrumar quem tome conta dos filhos,
pois há escassez de creches para atendê-las ou estas quase sempre fecham antes
que elas consigam retornar para casa. A volta do trabalho, por sinal, à noite,
mais uma vez vem repleta de inconvenientes como conduções lotadas e que
trafegam lentamente pelas vias de grandes cidades. A pesquisa demonstrou que
creche e transporte são, de fato, as principais demandas das mulheres para o
poder público (32%). O que ajudaria no seu dia a dia seria um serviço de saúde
mais eficiente (97%).
Depois do
trabalho, em casa é preciso retomar as atividades domésticas, como limpar,
lavar roupa e preparar o jantar — quase sempre sozinhas. Segundo o
levantamento, apenas 22% das mulheres das classes D e E possuem máquina de
lavar roupas. Na classe C, o percentual é de 53% e, na classe AB, de 83%. Nos
finais de semana, 73% das entrevistadas realizam tarefas domésticas nas suas
casas. Assistir novela é a principal atividade de lazer das mulheres (44%).
“Apesar de tudo, nos últimos anos, a renda delas tem crescido mais do que a dos
homens. Isso faz toda a diferença. Uma renda maior possibilitou voz ativa e
autonomia para tomar decisões que antes ficavam apenas a cargo dos maridos. Em
outros casos, o aumento do número de mulheres na condição de chefes de família
tornou-as socialmente mais influentes”, ressalta Meirelles.
fonte:
propmark e Data Popular.
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