Façam suas apostas enquanto a roleta não pára,
enquanto o tabuleiro do xadrez político registra movimentos cautelosos de uma
abertura de jogo, ao que parece este é um jogo em que peões e rei não andam juntos nesse
primeiro momento de pré-campanha,Estamos
ainda longe do ato de votar, mas as eleições começam a mostrar faces antes
guardadas para uso em tempo próprio.
O jogo eleitoral, o xadrez
político, muda suas peças que refletem a realidade do jogo. Acabou a hora de
treino; agora é hora de jogo...Parece
que agora as peças se movem de modo mais objetivo.
Todo o cuidado é pouco,
nessa hora Cumpre conservar a seriedade e fazer as arrumações serenas
necessárias, É
certo que no jogo, assim como na vida, todos os nossos movimentos, decisões e
escolhas implicam obrigatoriamente em conseqüências.
Para quem não teve ainda a oportunidade de jogar ou de,
pelo menos, conhecer o jogo, vamos a uma breve descrição: Comecemos pelo rei. O
nosso rei é deveras semelhante ao rei do tabuleiro, não decide, não opina, não
tem liderança sob as demais peças e é totalmente dependente da proteção da
dama. Por isso, é difícil enquadrá-lo numa situação de “xeque”; pelo contrário:
para adquirir mais proteção, o rei libera “cheques” para aliados incluindo-se
suas próprias peças. Ao lado do rei estão a dama e o bispo. O bispo procura dar
conselhos e passar os princípios religiosos relevantes para governar a cidade,
não admitindo que o rei aceite proteção de outras correntes religiosas nem de
orixás. Caso o rei se envolva com outras correntes, terá sua proteção
comprometida por parte do bispo. Os bispos são mais discretos e realizam apenas
movimentos na diagonal. Entretanto, também socorrem o rei principalmente quando
há “cheques”. A função do bispo na política, ao contrário do jogo, não se
relaciona apenas aos dogmas religiosos, mas a qualquer súdito que realize o
papel de aconselhar o rei nas possíveis decisões que ele deva tomar. A dama,
por outro lado, é quem define o jogo, e decide se o rei será morto ou se
sobreviverá, se a cidade será invadida, queimada e devastada pelos inimigos, ou
não.
O cavalo é uma peça importante na política, assim como no
tabuleiro de xadrez. Ele realiza movimentos que somente ele faz, representa a
competência técnica que a dama, apesar de todo seu poder no tabuleiro, não
possui. A estratégia do cavalo para proteger o rei não é a de dar conselhos,
como no caso do bispo, mas sim oferecer sua competência técnica para que o rei
se torne protegido das investidas dos invasores e, desta forma, cumpra o seu
papel de cuidar dos seus súditos. No xadrez, todas as peças buscam trabalhar em
harmonia para proteger o rei. Entretanto, se uma dada peça se move
precipitadamente, sem conceber o trabalho de toda a equipe, pode ser que todo o
reino pereça como conseqüência. Na política, o cenário também é assim, pois os
movimentos dos bispos, torres, dama e peões, quando impensados, levam o reino à
ruína. Devemos realçar, aqui, que o trabalho técnico do cavalo pode ser uma
arma poderosíssima na mão do rei para impressionar e coibir os ataques do
adversário, mas, para isso, o cavalo precisa da valiosa proteção e cobertura da
dama. Em outras palavras, a dama, como o elemento mais poderoso do tabuleiro,
deve ser a peça mais inteligente, desprendida e coletiva do grupo pois, caso
contrário, todo o reino perecerá.
Por fim, falaremos do papel da torre na política. Nas
guerras medievais, as torres eram lugares privilegiados de onde se podia ter
uma visão panorâmica além do castelo e, a partir deste olhar privilegiado,
podiam-se prever os futuros ataques dos inimigos. Na política, a função da
torre é igualmente importante, pois sempre haverá pessoas com uma visão de
águia dispostas a avisar o rei dos perigos vindouros. No entanto, o rei não
costuma dar ouvidos aos inúmeros avisos de quem enxerga mais longe. Ao
contrário disso, o rei comumente só tem ouvidos para a sua dama. E a dama, por
sua vez, como grande aliada dos peões, faz com que estes se tornem, na prática,
os grandes conselheiros do reino. Os peões, como já mencionado anteriormente,
não têm a competência técnica do cavalo, a sabedoria do bispo e nem a visão de
águia da torre, mas são tragicamente as peças mais ouvidas pela dama e pelo
rei. Quem seriam os peões na política? Deixo a cargo do amigo leitor decidir.
Na política, é comum vermos os peões aconselhando o rei e
a dama, derrubando cavalos, delatando bispos, desqualificando torres e
diminuindo a importância das demais peças do tabuleiro. Andam juntos com o rei
e a dama nas grandes caminhadas, e se posam de importantes por estarem à frente
do batalhão. Entretanto, por serem peças de fácil manuseio e de poder crítico
limitado, acabam sendo usados pela dama e pelo rei para as tarefas mais
corriqueiras.
Por enquanto, é isso…
Até a próxima.
J.S
2682/11-R
josinaldosmille@hotmail.com
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