POR OSWALDO VIVIANI
Em menos de 10 dias, a operação “Maurítia”, realizada pelo Grupo Móvel de Fiscalização (Ibama, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal), contra a extração ilegal de madeira em Buriticupu e região (sudoeste do Maranhão), já aplicou quase R$ 2 milhões em multas. Dez madeireiras ilegais começaram a ser desmontadas na quinta-feira (8).
A madeira usada pelas serrarias era extraída ilegalmente da Reserva Biológica do Gurupi (fronteira com o Pará) e de três áreas indígenas. Três mil e 200 metros cúbicos madeira foram apreendidos (160 caminhões).
As irregularidades identificadas nas madeireiras de Buriticupu (a 418 quilômetros de São Luís, sudoeste do estado) vão do descumprimento de embargos à falta de licenças ambientais. Algumas forneciam dados falsos ao sistema federal que controla o comércio e o transporte de produtos florestais e usavam “laranjas” para operar os empreendimentos ilegais.
Trabalho escravo – Em Açailândia (a 566 quilômetros de São Luís), as ações da operação “Maurítia”, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, se direcionaram a denúncias de trabalho escravo feitas ao Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH).
Numa fazenda localizada a 46 quilômetros da sede do município, 19 homens que viviam em condições degradantes foram resgatados. O proprietário da fazenda é um ex-prefeito de Açailândia (1997 a 2000) – o médico Gilson Freire de Santana, dono, ainda, do hospital Santa Luzia.
Os trabalhadores contaram aos integrantes do grupo móvel que viviam em condições precárias. Um curral servia como alojamento dos resgatados.
O cálculo das verbas rescisórias dos trabalhadores chega a R$ 39 mil (fora o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS), mas Gilson Santana já informou, por meio de seu advogado, que só vai pagar a dívida trabalhista na Justiça.
Essa situação levou o Ministério Público a entrar com uma ação para bloquear os bens do ex-prefeito até que os trabalhadores recebam o que lhes é devido.
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