Muitos brasileiros vivem em barracos e não tem condições mínimas para se prevenir contra o mosquito (Foto: Pixabay) |
Apesar de o mosquito não
diferenciar classe social, é muito mais fácil ser alvo em regiões carentes.
Janelas com vidro,
ar-condicionado e repelente podem ser bem comuns na rotina de prevenção de
brasileiros contra o mosquito Aedes aegypti. Só que para muitos, essas
amenidades são luxos que não cabem no bolso. A epidemia do zika vírus, além de
todos os seus problemas de saúde relacionados, revela a clara desigualdade
social do país, onde a maioria das vítimas é pobre.
A cidade de Ribeirão Preto, em
São Paulo, é um grande exemplo deste contraste entre pobres e ricos. A cidade é
uma das áreas mais afetadas pelo zika vírus. Só que ao olhar para a redondeza
do Ribeirão Shopping, talvez não se perceba isso. Ribeirão Preto é conhecido
como a Califórnia do Brasil, um apelido que remonta à década de 1980, quando o
boom do açúcar e da produção do etanol aumentou o padrão de vida de alguns e
deixou muitos para trás. No bairro de Jardim Jandaia, por exemplo, muitas
famílias vivem em barracos.
A situação da desigualdade não é
exclusiva da cidade em um país onde 1% dos mais ricos recebe mais que um quarto
de toda renda. Desde o ano passado, estima-se que 1,5 milhão de brasileiros
foram contaminados pelo zika vírus, principalmente no Nordeste. Apesar de o
mosquito ser “democrático”, como explica Benedito Fonseca, professor da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, já que ele não diferencia
ricos e pobres, é muito mais fácil ser picado em áreas onde ter uma janela de
vidro é luxo e onde não há saneamento básico.
A diferença também é clara entre
os hospitais particulares e públicos. Mesmo quando cheios, os hospitais
particulares, geralmente, oferecem conforto e atendimento rápido quando
comparado aos hospitais públicos, onde a espera pode levar dias.
Fontes: The
Washington Post-Zika exposes class differences in Brazil, where most victims
are poor
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