Nesta quarta-feira
(3/11), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou o plano de
ações conjunto da Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais.
Resultado de um Acordo
de Cooperação Técnica entre o MJSP e a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), a iniciativa reúne mais 23 ações articuladas para combater fraudes
de forma ampla e integrada, com foco na prevenção, na detecção, na repressão e
no apoio às vítimas. A solenidade ocorreu no Palácio da Justiça, em Brasília
(DF).
Compuseram a mesa, o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o
secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto; o presidente da
Febraban, Isaac Sidney; o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Carlos
Antônio Vieira; o presidente da Associação Brasileira das Empresas de
Tecnologia da Informação e Comunicação (Zetta), Eduardo Lopes; e a assessora
especial do MJSP, Betina Günther, que apresentou o site oficial da Aliança
hospedado no portal Gov.br.
A Aliança articula
esforços entre órgãos públicos e instituições privadas para enfrentar o avanço
da criminalidade digital no País. De acordo com o estudo The Emotional
Undercurrent of Financial Scams, o Brasil é o segundo território do mundo com
mais tentativas de golpes digitais, atrás apenas da China. Durante o
lançamento, o ministro Ricardo Lewandowski destacou o impacto da digitalização
na criminalidade contemporânea e a importância da participação coletiva no
enfrentamento ao problema.
“A crescente
complexidade da criminalidade, exacerbada pela digitalização, tem transformado
profundamente o cenário da segurança pública. O combate ao crime exige uma
abordagem que transcende as ações estatais. É imprescindível que a sociedade
participe ativamente. A Constituição Federal estabelece que a segurança pública
é dever do Estado, mas responsabilidade de todos”, afirmou o ministro.
De acordo com
Lewandowski, a iniciativa de criar uma aliança nacional para o combate às
fraudes bancárias digitais é um projeto em constante desenvolvimento, com
previsão de materialização ao longo dos próximos cinco anos.
“Já existem diversas
ações concretas em andamento, como a criação de um site hospedado no Ministério
da Justiça. Este portal tem como objetivo fornecer informações claras e
confiáveis aos cidadãos, especialmente às vítimas de fraudes, que muitas vezes
não sabem como agir ou a quem recorrer”, disse o ministro.
Em sua fala, o
presidente da Febraban, Isaac Sidney, ressaltou o papel do Governo na
preservação da integridade do sistema financeiro.
“Um fator chave para a
integridade e a segurança reside na confiança da sociedade na capacidade de
agir do Estado, reagir e enfrentar a criminalidade digital. Essa confiança é o
alicerce para que a sociedade perceba a segurança digital, a integridade dos
dados e a proteção das operações como prioridades”, enfatizou.
No decorrer do
encontro, o presidente da Caixa Econômica falou sobre o compromisso da entidade
com o enfrentamento aos crimes cibernéticos. “Cada instituição financeira tem
desenvolvido mecanismos internos e se colocado à disposição para contribuir com
o fortalecimento do sistema, considerado um dos mais modernos do mundo. Em nome
da Caixa, reafirmo nosso compromisso em colaborar ativamente nesse processo”.
Pilares da Aliança
A estratégia da
Aliança está estruturada em seis eixos principais:
• Aprimoramento dos
processos de prevenção a fraudes e golpes, com foco em segurança nas transações
digitais;
• Intensificação da
repressão a crimes cibernéticos, por meio de suporte às investigações;
• Compartilhamento e
tratamento de dados e informações, com protocolos de integração entre sistemas;
• Capacitação de
agentes públicos e privados, voltados à atuação e à sensibilização;
• Tratamento e
acolhimento das vítimas, com diretrizes específicas de atendimento;
• Conscientização da
população por meio de materiais educativos e campanhas de letramento digital.
Com duração de 60
meses, o plano contempla ações conjuntas entre o MJSP, a Febraban, o Banco
Central, a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), a Polícia Federal, o Serviço Federal de Processamento
de Dados (Serpro), o Conselho Nacional de Chefes de Polícia (CONCPC), além de
representantes do setor privado, como a Fin, a Zetta, a Associação Brasileira
das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a Associação Brasileira de
Bancos (ABBC), a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), e outras
entidades.
Sofri um golpe e
agora?
Para orientar e
acolher vítimas de fraudes bancárias digitais, o MJSP lançou o site: www.gov.br/mj/sofriumgolpe A
plataforma engloba informações úteis sobre como agir diante de um golpe, com
orientações jurídicas e operacionais, vídeos educativos, um glossário com 41
tipologias de fraudes e um painel interativo com dados atualizados relacionados
a ocorrências, perfis das vítimas e locais dos crimes.
A assessora especial
do MJSP, Betina Günther, reforçou a importância da ferramenta.
“Disponibilizamos um
painel de fraudes bancárias digitais, com dados extraídos de boletins de
ocorrência integrados ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública
(Sinesp). O objetivo é proporcionar mais clareza em relação a essa atividade
delitiva e, com isso, um enfrentamento mais eficaz. Reunimos também outras
ações governamentais, como o BC Protege Mais, o Origem Verificada da Anatel e
atividades da Receita Federal. Todos integrados sob o guarda-chuva da Aliança”,
destacou. O portal serve como canal oficial de informação, prevenção e apoio à
população brasileira frente aos crimes digitais e será constantemente
atualizado.