PALAVRA VIVA

Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas aquele que Glórias gloriam-se nisto: que ele entende e me conhece, que eu sou o Senhor que exerço bondade, justiça e retidão na terra, porque nestas coisas me agrado, diz o Senhor. (Jeremias" 9: 22-23).

O SIGNIFICADO DA VIDA

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Qual será o legado da mineração para a juventude?


Escorrega pelos dedos o tempo de divergir.
Provamos a dor, a insegurança, e a inaceitável fraqueza que nos escandaliza.
Sentimos pelo escândalo silencioso, Pela mancha na história, pela memória ferida, pela fúria imobilizada.
Somos nós, vítimas da fome e da ilusão.
Somos povo? Ou somos isca?
O legado é abundante. A beleza incomum.
As riquezas incalculáveis. Em tempos passado o dragão nos apavorava
Mais já o enfrentamos! As vozes eram ceifadas, Mas já as erguemos!
Os inimigos eram cruelmente identificados, E nós não nos deixávamos seduzir.
As bandeiras eram aprisionadas. Mas, o desejo de liberdade as multiplicavam!
(Diva Lopes in Tempo de divergir).

Nos dias 24 e 25 de junho, cerca de 40 jovens de comunidades maranhenses, que são atravessadas pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), estiveram reunidos em Açailândia (MA), no Encontro da Juventude Atingida pela Mineração.
A ferrovia, construída na década de 1980, é utilizada para o transporte do minério de Carajás, Pará, até o Porto do Itaqui, no Maranhão e corta 27 municípios. Muitas das comunidades localizadas nesses municípios já existiam anteriormente à construção da ferrovia e tem convivido com os impactos de sua operação.
Para o jovem Eduardo Machado, morador do assentamento Planalto I, do município de Açailândia, os impactos se apresentam de formas parecidas ao longo do Corredor Carajás. “O pessoal é atingido do mesmo jeito, só o jeito de contar é que é diferente… nosso assentamento não é bem próximo, mas a gente tem que vir para a região de Açailândia e de todo jeito tem que atravessar a ferrovia. Às vezes quando a gente vem, o trem tá parado bem na travessia, o ônibus tem que esperar ou fazer um desvio para uma estrada muito ruim…”
Ele ressalta ainda a falta de respeito da empresa Vale S.A pela população que vive às margens da ferrovia. “Ela [Vale] não imagina que naquelas terras, onde ela quer construir, tem pessoas e elas tem sua história. Ela só passa por cima, não quer saber como foi a história daquele lugar, porque aquelas pessoas gostam de morar lá. Quando as pessoas se manifestam querem processar, dizer que as pessoas estão erradas.”
A própria construção da ferrovia feriu direitos à terra e ao território destas populações já que não as levou em consideração, não foram consultados e até os dias atuais os impactos sofridos não foram reparados. Desde 2011, a empresa Vale S.A implementa obras de grandes proporções que objetivam a duplicação da EFC em toda a sua extensão, fator que tem aumentado as violações já existentes e provocado novos impactos tanto sociais quanto ambientais.
A Estrada de Ferro Carajás faz parte da infraestrutura construída pelo o Programa Grande Carajás, um projeto de exploração mineral, iniciado durante o período da ditadura militar no Brasil. Foi oficialmente lançado em 1982, com o intuito de explorar de forma integrada os recursos da província mineralógica de Carajás, considerada a mais rica do mundo. Para dar suporte ao Programa foi construída também a Usina hidrelétrica de Tucuruí (Pará) e o Porto de Ponta da Madeira, localizado no Porto do Itaqui, na capital do Maranhão, São Luís.
Altina de Abreu, mora em uma comunidade do município de Bom Jardim (MA). Ela ressalta que o Encontro da Juventude foi um momento de aprendizagem, de troca de saberes e de questionamentos. “Participando da formação eu percebi que as pessoas exploram os recursos naturais, elas estão sendo felizes porque estão obtendo capital, dinheiro sobre aquilo, mas quem tá ficando lá atrás com o resto, com a miséria que fica, com a pobreza para essas pessoas que tem suas comunidades cortadas pela estrada de Carajás? Porque o que fica é isso, é a miséria e a pobreza para as pessoas que lá moram.”

Por Idayane Ferreira
Assessoria de Comunicação
Rede Justiça nos Trilhos

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