O 'Impostômetro' do Brasil
atingiu esta semana a marca do R$ 1,9 trilhão no ano. Vivemos o quinto dos
infernos.
O brasileiro hoje paga mais
tributos do que o valor imposto pela Coroa Portuguesa no século XVI, o
'quinto'.
Dispositivo criado pela
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para apontar o quanto pagamos de
imposto a cada dia do ano, o Impostômetro atingiu esta semana a marca do R$ 1,9
trilhão no ano – dois dias antes do que foi registrado em 2015. A marca
surpreende, na medida em que vivemos um ano mais recessivo do que o anterior e
a economia do país caiu mais de 7% nos últimos dois anos, resultando no recuo
da arrecadação – mas também no aumento do índice de inflação.
O brasileiro hoje paga mais
tributos – mais que o dobro – do que o valor imposto pela Coroa Portuguesa no
século XVI à colônia rica em ouro que, naquela época, sequer era chamada de
Brasil. O “quinto” cobrado por Portugal correspondia a 20% do ouro encontrado e
fundido – e era considerado tão absurdo pelos contribuintes a ponto de ter
feito surgir a expressão “o quinto dos infernos”.
A Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) está preocupada. A partir de dados da Receita
Federal, os tributos representam 47,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria
de transformação, ou seja, quase a metade de tudo o que é produzido pelo setor
– e 27 pontos percentuais acima do antiquado “quinto dos infernos”. Em termos
comparativos, a carga da indústria é bem maior que a média geral dos demais
setores, cuja carga é de 28,2% do PIB.
Alencar Burti, presidente da
ACSP, destaca que “com preços mais altos, pagam-se também valores maiores em
tributos, já que estes recaem sobre os preços finais”, ensina.
Segundo a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 1980 a 2014, a carga
tributária brasileira saltou de 24,4% do PIB para 33,5%. Se fosse uma disputa
olímpica, seria o maior recorde entre os 34 países da organização.
Nem sempre tão alinhada como a
coirmã fluminense, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
aponta que a tributação sobre bens e serviços responde na OCDE por 25% da carga
tributária e 51% no Brasil. Nesse aspecto, a Fiesp se harmoniza com o discurso
da Firjan e denuncia que “a tributação brasileira penaliza a produção, os
investimentos e o consumo”.
Vivemos o quinto dos infernos.
http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/pesados-impostos-do-pais-hoje-superam-os-tempos-do-brasil-colonia/
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