O Instituto Maranhense de Estudos
Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) lançou, na última quarta-feira (28), o
Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense, referente ao primeiro trimestre do
ano. De acordo com o levantamento, a retomada da atividade econômica no
Maranhão observada em 2017 continua em 2018. As projeções para o Produto
Interno Bruto (PIB) local são de crescimento de 3,5% este ano. A publicação faz
uma ampla análise sobre a dinâmica da economia maranhense e dos cenários
nacional e internacional. Sobre a projeção para o crescimento do PIB
Maranhense, houve uma reavaliação para 4,8% em 2017 e para 3,5% em 2018. O PIB
maranhense de 2017, calculado pelo IMESC em convênio com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado somente em novembro de 2019. Ainda
segundo o documento, para o país, a expectativa de crescimento do PIB é de 2,5%
em 2018.
Incentivo à produção
O crescimento do Valor Adicionado
Bruto do Setor Agropecuário, estimado com base nas informações do Levantamento
Sistemático da Produção Agropecuária (LSPA/IBGE), deve ter sido responsável por
80% do crescimento do PIB maranhense em 2017, o que confirma o acerto das
políticas públicas de adensamento das cadeias produtivas agroindustriais e de
inclusão sócio-produtiva, que vêm maximizando o desempenho da economia
maranhense. Entre outros pontos positivos, houve ainda, em 2018, segundo o
LSPA/IBGE, o aumento esperado da produção de grãos no Estado, que deverá
atingir 16,1%, contribuindo com 1,0 ponto percentual para o PIB projetado. Ainda
segundo o boletim, o Maranhão, ao lado de Estados como Ceará, Piauí e Mato
Grosso, estão entre as unidades da Federação que investiram em 2017 pelo menos
10% da receita corrente líquida.
Aporte financeiro
O presidente do Imesc, Felipe de
Holanda, ressalta que, em cenário de colapso dos gastos do Governo Federal e
dos repasses do sistema financeiro público, um dos aspectos cruciais para que
estes Estados mantenham o esforço de investimentos em infraestrutura, segurança
contra a mudança climática e em aprimoramento das capacidades governativas,
dependerá da capacidade de reorganização dos padrões de financiamento. De
acordo com o economista, o ideial seria permitir o acesso ao financiamento
externo, a partir de instituições multilaterais - como Banco Mundial, Banco Interamericano de
Desenvolvimento, Banco dos Brics, Fundo Amazônia, dentre outros). “Esta agenda
envolve a constituição, por exemplo, de um Fundo de Aval Soberano, formado a
partir do acúmulo de reservas internacionais pelo Tesouro Nacional, e destinado
a permitir que os estados possam utilizar integralmente as margens existentes
para operações de financiamento externo, nos termos da Lei de Responsabilidade
Fiscal e do Programa de Ajuste Fiscal, do Ministério da Fazenda”, acrescenta
Felipe de Holanda. Para o presidente do Imesc, a agenda considera, também, a
oportunidade de empreender, com base em diagnósticos territoriais
regionalizados, uma “reavaliação estratégica do direcionamento dos recursos
aplicados pelos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-oeste, além
dos Fundos de Desenvolvimento a eles acoplados, no que tange aos objetivos da
criação de empregos, geração de renda, inovações e novas bases tributárias
dinâmicas”, pontuou.
Cenário Nacional
Os dados recentes confirmam a
continuidade da retomada da atividade econômica no Brasil, embora em ritmo
ainda lento. Segundo o IBGE, o PIB cresceu 1,1% em 2017, depois de 7% de queda
acumulada no biênio recessivo 2015-16. Pelo lado da oferta, o destaque foi a
Agropecuária, com expansão de 13%, devido à safra recorde. A indústria ficou
estável, após encolher por três anos, e os serviços avançaram 0,3%.A expectativa
média de mercado (Boletim Focus, do Banco Central, em 23/03) é de que o PIB
brasileiro deve crescer 2,5% em 2018, em lenta recuperação, favorecida pela
deflação dos alimentos e pelos juros básicos em 6,5% (pode cair até 6,0%, a
depender do ritmo de diluição do bônus agropecuário nos próximos meses).
Boletim
O Boletim de Conjuntura Econômica
Maranhense é uma das linhas de pesquisa do Imesc, instituição que reúne,
sistematiza e analisa informações sobre a realidade socioeconômica do Estado do
Maranhão. O documento é um importante aliado de análise para o Planejamento
Econômico do Estado, auxiliando pesquisadores, acadêmicos, empresários, trabalhadores
e potenciais investidores. A íntegra da publicação pode ser acessada no site do
Instituto, no endereço eletrônico: imesc.ma.gov.br.
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