O discurso da exploração de
recursos naturais como base para o desenvolvimento econômico do país é antigo,
assim como as violações aos direitos das populações que vivem próximas a
grandes empreendimentos. Desenvolvimento para quem e a custo de quê? Questionam
comunidades impactadas pela mineração nos estados do Maranhão e Pará, que
estiveram reunidos em Açailândia (MA), nos dias 15 e 16 de julho, no Encontro
Regional dos Atingidos e Atingidas pela Mineração MA e PA (ERAM) e no Encontro
da Juventude Atingida pela Mineração (EJAM).
Os eventos reuniram cerca de 80
jovens e adultos em um debate sobre a superação do atual modelo de exploração
dos territórios. “Nós já sabemos o que nós não queremos. Precisamos avançar no
que nós queremos. O que eles chamam de modelo de desenvolvimento, não nos
interessa”, afirmou Raimundo Gomes da Cruz, do Centro de Educação, Pesquisa,
Assessoria Sindical e Popular (CEPASP), que compôs a mesa temática tratando
sobre o atual contexto político do Brasil e a mineração.
Outro ponto abordado foi a
escalada de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais e o aumento
dos conflitos no campo, decorrente das disputas por terras. Andréia Silvério,
advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá (PA) relatou os
episódios que culminaram com o massacre de lavradores em Pau d’Arco, no
sudoeste do estado e citou outras ações violentas e massacres que ocorrem no
Brasil, em 2017, como o assassinato de 10 lavradores em Coloniza, no Mato
Grosso.
O atual contexto de reformas e
perdas de direitos, pleiteadas pelo governo Temer, tem intensificado as
violações sofridas nos territórios ligados ao setor de mineração e siderurgia:
destruição do ambiente, violação dos direitos de ir e vir e do direito à
informação, poluição, violência, ausência de políticas públicas, aumento de
criminalização de lideranças, entre outros.
Idayane Ferreira
Assessoria de Comunicação
Rede Justiça nos Trilhos
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