A prisão diminuiu o apoio do
eleitorado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aumentou a
desconfiança sobre a viabilidade de sua candidatura presidencial e manteve
indefinida a disputa pelo seu espólio eleitoral, de acordo com o Datafolha. Pesquisa
nacional realizada pelo instituto na semana passada aponta o líder petista com
31% das intenções de voto no cenário mais favorável entre nove pesquisados. No
fim de janeiro, quando o levantamento anterior do Datafolha foi concluído, Lula
tinha até 37% das preferências. A nova pesquisa foi feita entre quarta (11) e
sexta-feira (13). Foram realizadas 4.194 entrevistas em 227 municípios. Como os
cenários pesquisados são diferentes dos analisados em janeiro, a comparação
direta entre os dois levantamentos não é possível. PT diz manter a intenção de
registrar a candidatura de Lula, O preso no sábado (7) para cumprir pena por
corrupção e lavagem de dinheiro. Apesar do veto imposto pela Lei da Ficha Limpa
à candidatura, a legislação permite que ele peça registro mesmo preso. Cabe à Justiça
Eleitoral analisar o pedido.
Com Lula fora do páreo:
Nos cenários com Lula fora do
páreo, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede)
aparecem empatados na liderança. Ele tem 17% das intenções de voto, e ela
oscila entre 15% e 16%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais,
para mais ou para menos. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) alcança 9% em todos os
cenários sem Lula, empatado com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que
varia de 7% a 8%, e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim
Barbosa, que entrou no PSB, mas ainda não se lançou candidato. Barbosa oscila
entre 9 e 10%. Marina, Ciro e Alckmin concorreram em eleições presidenciais
anteriores e são bem conhecidos pelos eleitores. Barbosa nunca disputou uma
eleição, mas ganhou notoriedade pela forma como conduziu o julgamento do
mensalão no STF, em 2012. Menos conhecidos do eleitorado, os dois nomes cotados
no PT para substituir Lula se ele desistir da candidatura têm desempenho fraco.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad aparece com 2% e o ex-governador da
Bahia Jaques Wagner tem 1%. Os dois candidatos de esquerda que ficaram ao lado
de Lula nas horas que antecederam sua prisão têm resultados parecidos. Manuela
D’Ávila (PC do B) atinge no máximo 2% e Guilherme Boulos (PSOL) chega a 1%. O
presidente Michel Temer (MDB), que acena com a possibilidade de concorrer à
reeleição, alcança 2% das intenções de voto. O ex-ministro Henrique Meirelles,
que entrou no MDB e também tem aspirações presidenciais, não passa de 1%.
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