O governo da China está
desenvolvendo um plano para eliminar a circulação e produção de carros movidos
a combustíveis fósseis no país.
“Um momento decisivo para a
indústria automobilística.” Este foi o comentário de analistas da empresa de
pesquisa Sanford C. Bernstein, ao ouvirem a notícia que o governo da China quer
proibir a produção de carros movidos a gasolina. Em 9 de setembro, Xin Guobin,
vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, disse em uma conferência
automotiva em Tianjin, uma cidade industrial perto de Pequim, que o governo
está desenvolvendo um plano de longo prazo para eliminar os veículos movidos a
combustíveis fósseis.
A notícia teve um grande impacto
entre os fabricantes de automóveis, para os quais a China é o maior mercado
consumidor do mundo. William Russo, da empresa de consultoria China’s Gao Feng
Advisory, um antigo executivo sênior da Chrysler, disse que a indústria
automobilística tem de se adaptar o mais rápido possível às exigências do
governo chinês.
O vice-ministro Guobin não fez
uma previsão de prazo para o início da proibição. A China tem metas ambiciosas
de médio prazo para aumentar a eficiência da indústria automobilística e
combater as mudanças climáticas, entre as quais a definição de um limite das
emissões de CO2 até 2030. Não está claro se a proibição incluirá apenas carros
a gasolina ou os veículos híbridos movidos a gasolina e com motores elétricos.
O anúncio do governo chinês foi
divulgado pouco antes da abertura do Salão do Automóvel de Frankfurt. Muitos
participantes ficaram céticos diante da notícia. Apesar das discussões
referentes à proibição de carros a gasolina e a diesel no Reino Unido e na
França até 2040, nenhum país aprovou uma lei regulamentando a proibição,
disseram os representantes da indústria automobilística presentes ao evento.
Outros viram uma oportunidade de expansão de mercado. Thierry Bolloré, diretor
técnico da Renault, disse que a empresa está preparada para produzir veículos
elétricos na China.
Mas o governo chinês incentivou a
fabricação de carros elétricos no país. O fabricante de automóveis BYD
aperfeiçoou a qualidade de seus carros elétricos e baterias, e está investindo
no mercado externo. Uma nova geração de empresas inovadoras, como ThunderPower
e Nio fazem sucesso em salões de automóveis. Com a proibição de carros movidos
a combustíveis fósseis e o estímulo à produção de veículos elétricos, a China
passaria de uma das maiores emissoras de gases de efeito estufa a defensora do
combate às mudanças climáticas.
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