O deputado Sergio Zveiter
(PMDB-RJ), relator da denúncia contra Michel Temer (PMDB) na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), defendeu a aceitação pela Câmara da acusação
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “A denúncia é grave”,
disse o relator. Apesar de ser do mesmo partido do presidente, Zveiter já era
considerado um parlamentar de atuação independente, provocando o temor na base
aliada de que poderia adotar essa posição diante da denúncia.
Formada por 66 deputados, a CCJ é
a comissão que tem a responsabilidade de analisar a adequação da denúncia à
Constituição brasileira. Após a leitura do relatório, o colegiado deve ouvir a
defesa técnica de Temer, representada pelo advogado Antonio Cláudio Mariz de
Oliveira, e encerrar o encontro com a concessão de um pedido de vista por parte
do presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Na quarta-feira, iniciam-se os
debates, com o direito à fala dos 66 titulares e 66 suplentes, totalizando 132
parlamentares. Além destes, os líderes partidários podem se manifestar a
qualquer momento. A expectativa de Pacheco é que a Comissão possa analisar o
relatório de Zveiter até a próxima sexta-feira, em votação simbólica que pode
influenciar a decisão do plenário. Lá, o parecer do parlamentar precisa do
apoio de 342 dos 513 deputados para ser aprovado, em votação nominal e aberta.
A posição de Zveiter, um deputado
do PMDB que se coloca contra um presidente de quem é correligionário, pode
intensificar a erosão da base aliada, uma vez que estimularia traições ao
governo em outros partidos. Com baixa aprovação, Temer se esforça para
convencer parlamentares a se exporem em sua proteção, enfrentando resistências
dos que miram às próprias reeleições, em 2018.
No entanto, para fortalecer sua
defesa em plenário, o governo estaria por trás de substituições na CCJ, nas
quais líderes de partidos da base aliada substituíram deputados favoráveis à
denúncia por colegas dispostos a defenderem o presidente. Entre os partidos que
executaram movimentações desse tipo, estão PR, PSD, SD e o próprio PMDB.
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