Os empresários Lilian e Paulo Ferrari trabalham juntos, mas se disciplinaram desde o início do negócio a separar os orçamentos e não misturar o dinheiro da empresa com as necessidades domésticas. |
O diretor-superintendente do
Sebrae, João Martins, ressalta que são necessários cuidados específicos para
uma empresa familiar manter a sustentabilidade no mercado.
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Ter um membro da família como sócio ou empregado é realidade entre a maioria dos pequenos negócios. De acordo com recente pesquisa do Sebrae, 52% das micro e pequenas empresas brasileiras podem ser consideradas familiares, ou seja, possuem sócio ou empregado que são parentes. No Maranhão, essa proporção é de 41%.
Para a pesquisa foram
entrevistados 3.301 donos de empresas de pequeno porte (EPP) e microempresas
(ME) e o Sebrae utilizou como definição de "empresa familiar", empreendimentos
onde os parentes (pais, avôs, filhos, sobrinhos, netos, cunhados) estão entre
os sócios e/ou entre os empregados e colaboradores. Dentre as análises foi observado
que, quanto maior o porte da empresa, maior é a participação familiar.
O levantamento do Sebrae
constatou, também, que de cada dez empresas de pequeno porte, seis são
familiares. Quando a análise é feita entre as microempresas, esse número cai
para cinco, de cada dez.
"É muito comum que o
empreendedor pense em montar um negócio para melhorar seu orçamento e
estabelecer um outro padrão de vida para a família. No contexto das micro e
pequenas empresas é mais comum ainda que a família toda se envolva e trabalhe
para que esse sonho se concretize. Hoje, por exemplo, 42% das empresas que
abrem as portas no país, são motivadas por necessidades de seus proprietários principalmente
nos dois últimos anos, onde o Brasil acumulou uma taxa de 12% de desemprego
(dezembro/2016) e, hoje, soma mais de 13 milhões de desempregados",
ilustra o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.
Ao envolver a família no negócio
são necessários alguns cuidados. "É importante existir a preocupação com a
gestão, não misturar as contas domésticas com as da empresa e garantir que o
parente, seja sócio ou empregado, dê exemplo para os demais colaboradores e
desempenhe com eficiência e responsabilidade a sua função – o ideal é cobrar resultados
com até mais rigor para dar exemplo aos demais. Sem essas precauções, quem
perde é o negócio, que fica menos competitivo", alerta Martins.
O casal Lilian e Paulo Ferrari
segue a 'receita' desde o início da Padaria Empório Anna, em 2015. Localizada
no coração da cidade de Balsas, a empresa tem os dois como sócios-proprietários,
com tarefas bem definidas para cada um e responsabilidades compartilhadas.
"Desde o começo, fomos muito
preocupados com gestão. Buscamos orientação junto ao Sebrae, recebemos
consultorias, treinamos nossa equipe e nos aproximamos de nossos fornecedores
para que fosse estabelecida uma relação de confiança. Somos muito cientes desse
cuidado em não misturar o caixa da empresa com nossas necessidades pessoais,
pois precisamos cumprir com os compromissos do empreendimento e isso inclui,
também, investimentos para melhoria do negócio", aponta Paulo Ferrari.
"Como casal que trabalha
junto, tivemos que nos impor uma disciplina e, na empresa, sermos sócios de
fato. Deixar os problemas familiares e pessoais longe do negócio. Todo esse empenho
começa a dar frutos. Foi muito difícil no início, mas com o apoio que tivemos e
as capacitações e consultorias do Sebrae, temos bons resultados após dois anos:
um atendimento diferenciado, qualidade e mix de produtos que nos conferem excelente
clientela. Se não tivéssemos foco na gestão e os orçamentos pessoas e
empresariais se misturassem, estaríamos enfrentando sérios problemas, com
certeza", acredita Lilian Ferrari, contanto que hoje, o Empório Anna
possui 33 funcionários.
Da Assessoria
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