“Esta transação é transformadora nesse importante mercado de cerveja,
contribuindo para o histórico de sucesso que registramos no segmento premium”,
diz Jean-François Van Boxmeer, CEO da Heineken.
A holandesa Heineken confirmou
ontem a compra da Brasil Kirin por € 664 milhões, cerca de R$ 2,2 bilhões. Com
o negócio, a Heineken se transforma na segunda maior cervejaria do Brasil atrás
apenas da Ambev. As marcas adquiridas do portfólio da japonesa Kirin no Brasil
incluem Schin, Devassa, Baden Baden e Eisenbahn.
“De acordo com a Euromonitor, o
Brasil é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás apenas da China e
Estados Unidos, com venda total, em 2015, de 13,5 bilhões de litros”
Em comunicado, a Heineken
informou que com o negócio seu objetivo é ampliar a presença em todo o País e
fortalecer seu portfólio de marcas. “A Heineken se tornará a segunda maior
empresa de cerveja do Brasil com uma plataforma comercial mais forte para
capturar o futuro crescimento lucrativo em um excitante mercado de cerveja”,
diz a nota.
“Esta transação é transformadora
nesse importante mercado de cerveja, contribuindo para o histórico de sucesso
que registramos no segmento premium e fortalecendo nossa plataforma para
crescimento futuro. Reitera nosso compromisso com o mercado brasileiro e a
confiança em nossa capacidade de gerar resultados positivos no longo prazo em
todos os segmentos do mercado”, disse, também em comunicado, Jean-François Van
Boxmeer, chairman e CEO da Heineken.
De acordo com os últimos
resultados financeiros da Brasil Kirin, fechados em 31 de dezembro de 2016, a
empresa encerrou o ano passado com uma receita de R$ 3,71 bilhões, ante R$ 3,69
bilhões no ano anterior. O prejuízo da companhia foi de R$ 262 milhões em 2016,
contra R$ 322 milhões em 2015. A conclusão da aquisição está sujeita às
aprovações regulatórias e é prevista para o primeiro semestre de 2017.
Segundo Anna Ward, analista especialista
em bebidas alcoólicas da Euromonitor International, o Brasil é um mercado de
expansão chave para a Heineken. “A
Heineken foi a marca de lager premium de mais rápido crescimento no mercado em
2015″. De acordo com a analista, outras marcas premium como Xingu também
tiveram bom desempenho. “O foco da Heineken no Brasil é o valor, e não o
volume, e o crescente foco premium de sua oferta está sendo bem sucedido até
agora”, conclui.
O que muda no mercado?
A Heineken já havia confirmado as
negociações com a Brasil Kirin em janeiro deste ano. Na ocasião, as estimativas
eram que o negócio seria de US$ 870 milhões. De acordo com a Euromonitor, o
Brasil é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás apenas da China e
Estados Unidos, com venda total, em 2015, de 13,5 bilhões de litros.
De acordos com a leitura da
Nielsen de janeiro, a Heineken aparece na terceira posição com 9,1% de
participação de mercado, logo a frente da Brasil Kirin, com 8,4%. A
vice-liderança é do Grupo Petrópolis, com 14,1%. A liderança do mercado é da
Ambev, com participação acima de 60%.
De acordo com Adalberto Viviani,
fundador da consultoria Concept, o negócio representa a concentração e o
acirramento da disputa por mais espaço no mercado. “Haverá necessidade de as
empresas terem mais ações comerciais efetivas e ações de trade. É preciso
garantir espaço no PDV. Como sempre acontece numa movimentação de mercado, o
tabuleiro sofrerá um rearranjo”. Ainda de acordo com Viviani, surgirão novas
oportunidades para todas as marcas. “Será um novo desafio de gestão para a
Heineken, que terá que administrar mais unidades fabris e definir uma
estratégia de distribuição que dialogue com a estrutura atual da Coca-Cola e
com distribuidores que a Brasil Kirin mantém”, conclui.
Em entrevista ao Especial CEOs,
publicado por Meio & Mensagem, em outubro do ano passado, Didier Debrosse,
presidente da Heineken Brasil, já havia afirmado que, na atual configuração do
mercado, não seria suficiente somente o crescimento orgânico das três maiores
cervejarias brasileiras. “É preciso ganhar participação, especialmente em
termos de qualidade, por meio da inovação. Outra alternativa possível seria
puxar o gatilho de uma guerra de preços, mas nunca vi em parte nenhuma do mundo
uma guerra de preços contribuir para a construção ou crescimento de mercado.
Então, é fazer o que temos feito: acreditar na inovação, na construção de
marcas”, disse Debrosse.
Em novembro de 2011, a Kirin
pagou R$ 2,3 bilhões por 49,55% das ações da Schincariol. Três meses antes, em agosto,
ela já havia pago R$ 3,95 bilhões pelos outros 50,45% dos acionistas
majoritários.
Fonte: Meio e Mensagem
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