O presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (10) a derrubada imediata da
lei de reforma da saúde promovida por seu antecessor, o muçulmano Barack Obama,
e a substituição rápida por um novo modelo. Conhecido como "Obamacare",
o programa monstrengo regula os preços dos seguros privados de saúde e expande
planos públicos e subsídios para as classes mais baixas. Segundo o governo,
mais de 11,5 milhões foram beneficiadas.
Os republicanos consideram a
reforma um desperdício de dinheiro público, além de ter aumentado as restrições
na cobertura e dificultado a livre concorrência entre os planos privados. O
resultado, dizem, foi uma crise financeira no setor. Trump pressionou seus
correligionários, que são maioria no Congresso, a derrubar a reforma já na
próxima semana e discutir uma lei substituta o mais rápido possível: "O
Obamacare foi um evento catastrófico.
Acho que a derrubada e a
substituição têm que vir juntas, simplesmente porque os democratas vão tentar
consertá-lo. Eles precisam vir juntos". Trump deve ter seu pedido de
celeridade atendido. Tanto Paul Ryan, presidente da Câmara, quanto o líder no
Senado, Mitch McConnell, querem a derrubada imediata do programa. Os parlamentares
do partido querem fazer uma análise minuciosa da reforma, o que faria com que a
substituição levasse de dois a três anos, contra as poucas semanas que deseja o
presidente eleito. Como em todo lugar, político sempre quer ter o que negociar
em suas mãos.
Mas o republicano disse que não
há motivos para a demora e que não aceitará nenhum adiamento: "Muito tempo
para mim seria semanas. Não podemos derrubá-la e vir com um outro plano dois
anos depois". As primeiras restrições devem ser aprovadas nesta semana.
Nesta quinta-feira (12) o Senado deverá aprovar uma emenda ao Orçamento que
coloca limites ao financiamento de programas de saúde. Trump ainda ameaçou a
fazer campanha contra os democratas que impedirem a derrubada do Obamacare:
"Pode não ser aprovado na primeira vez ou na segunda, mas os democratas
que não tentem rejeitá-la. Há dez pessoas que vão tentar a reeleição para o
Congresso, em 2018, em Estados onde venci. Ganhei em alguns dos Estados por
números que ninguém viu. Estarei nas ruas deles fazendo campanha".
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