Os órgãos de Defesa do
Consumidor, em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), divulgaram,
nesta segunda-feira (5), nota de repúdio ao fechamento de agências do Banco do
Brasil (BB) no Maranhão e apoio à ação civil pública movida pelo Instituto de
Proteção e Defesa do Consumidor do Maranhão (Procon/MA) para impedir o
fechamento.
Além da OAB, emitiram nota a Defensoria
Pública do Estado, o Ministério Público do Estado e o Instituto Brasileiro de
Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec-MA). As entidades somam
esforços ao Procon para impedir o fechamento de 13 agências do Banco do Brasil
no Maranhão. O apoio dos órgãos será somado aos autos da ação civil pública
iniciada pelo Procon e deferida liminarmente pela Vara de Interesses Difusos e
Coletivos, na última terça-feira (29).
Para o presidente do Procon,
Duarte Júnior, o apoio da OAB e dos órgãos que integram o Sistema de Proteção e
Defesa do Consumidor reafirma a gravidade da decisão da instituição financeira.
“Esse é o momento de unirmos forças para defender os consumidores maranhenses,
com base nos princípios previstos pela Constituição Federal de 1988 e pelo
Código de Direito do Consumidor. Confiamos na justiça e não aceitaremos
retrocessos”, afirmou o presidente.
Na qualidade de diretor dos Procons Nordeste,
Duarte Júnior, tem articulado uma força tarefa em toda a região, unindo os
Procons para realizarem ações semelhantes em outros estados.
Manifestação pública dos órgãos
Em nota, a OAB-MA afirmou que a
medida tomada pelo Banco do Brasil irá prejudicar a atuação da classe,
dificultando o acesso ao saque de alvarás e honorários advocatícios.
“É fundamental que no Maranhão seja mantido o
pleno funcionamento de todas as atuais agências do Banco do Brasil no Estado e
que não ocorram mudanças nos serviços oferecidos por estas unidades. O
fechamento das agências no Maranhão impactará milhares de correntistas, sem
falar na interrupção de serviços essenciais e contínuos, como, especialmente, o
pagamento de alvarás nas cidades em que a única agência do Banco do Brasil será
fechada, violando garantias elementares da advocacia e da sociedade”, asseverou
o presidente da OAB-MA, Thiago Diaz.
Para o promotor Carlos Augusto Oliveira,
titular da 9ª Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor de São Luís, a
decisão do banco de fechar agências não é adequada. “Ao meu ver, essa medida
causa prejuízo aos interesses econômicos dos consumidores, que são obrigados a
procurar agências mais distantes, se expondo a perigos devido ao fato de
precisarem portar altas quantias de dinheiro por mais tempo que o necessário.
Por isso, estamos pedindo a nossa habilitação junto a essa ação civil pública
no intuito de coibir essa prática abusiva”, afirmou o promotor.
No Maranhão, o fechamento das
agências afetaria municípios como Olho d’Água das Cunhãs, que possui somente
uma agência do Banco do Brasil e nenhuma outra instituição financeira. Caso
seja fechada a agência da cidade, a população teria que viajar cerca de 50 km
até a agência mais próxima. O fechamento pretendido pelo Banco do Brasil afeta,
também, os municípios de São Luís (Deodoro, Alemanha, Anil, Anjo da Guarda e
Hospital Materno Infantil), Açailândia, Amarante do Maranhão, Itinga do
Maranhão, Lima Campos, Matões, Imperatriz e Parnarama.
Segundo o coordenador do Núcleo
de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Estado, Alberto
Bastos, o fechamento das agências pode significar a inacessibilidade de parte
da população aos serviços bancários. “Inicialmente, o banco chegou a colocar a
possibilidade do serviço online. Porém, a maioria da população carente, além de
idosos e aposentados do Estado, não é incluída digitalmente. A nossa
preocupação é que essas pessoas fiquem sem acesso aos serviços bancários, visto
que não têm acesso à internet”, destacou o coordenador. Segundo dados da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), somente 9,8% dos maranhenses têm
acesso à rede mundial de computadores.
A presidente do Ibedec-MA, Teresa
Marques, afirmou que, para o Instituto, o fechamento das agências se configura
como evidente desobediência à Política Nacional das Relações de Consumo. “O
Ibedec-MA acredita que a justiça, em conjunto com os demais órgãos públicos,
institutos e com a participação do cidadão, deve impedir quaisquer abusos
contra os consumidores maranhenses, uma vez que o estado atual de precariedade
das agências no interior e capital representa um atraso nas relações de
consumo”, afirmou a presidente.
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