O presidente Michel Temer afirmou
nesta segunda-feira que as contas do governo Dilma Rousseff “simplesmente não
fechavam” e que encontrou um “déficit de verdade” ao assumir o Planalto. “No
Brasil que nós encontramos, não havia apenas um déficit fiscal. Havia também —
lamento dizer — um certo déficit de verdade. E não é possível continuar assim.
É preciso encarar os fatos tal como são. Por muito tempo, o governo gastou mais
do que podia. Agora a realidade bate a porta e cobra naturalmente o seu preço”,
afirmou o presidente na cerimônia de abertura do 45ª Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
Com o intuito de pontuar as
diferenças da sua gestão, Temer afirmou a necessidade das reformas, como a da
Previdência, e que o Brasil só voltará a crescer “se substituirmos o
ilusionismo pelo lucidez”. “Se prosseguíssemos naquele ritmo, em 2024 teríamos
de fechar o Brasil para balanço”. O Conselho é formado por 96 membros, entre os
quais estão celebridades como o ator comunista Milton Gonçalves, o ex-jogador
de futebol Raí e o técnico da seleção de vôlei Bernardinho; e nomes do
empresariado brasileiro, como Abílio Diniz, da BRF, Luiza Trajano, do Magazine
Luiza, Claudia Sender, da TAM, e Jorge Gerdau, da Gerdau.
É uma pomposa inutilidade,
incapaz de gerar qualquer resultado significativo, porque seus membros já
demonstraram sua incapacidade e incompetência, como é o caso do industrial
Jorge Gerdau. Ele esteve todo o tempo do governo petista como conselheiro da
Petrobras, e a estatal foi violentamente arrombada e assaltada debaixo de seu
nariz, sem que ele nada fizesse. Temer afirmou que os conselheiros agora fazem
parte do governo e os classificou como “agentes da governabilidade”. Portanto,
nada a esperar, se depender de gente como Jorge Gerdau.
Também destacou a relevância do
Congresso no debate das medidas anti-crise, citando em especial a reforma da
Previdência. “É importante ter o apoio do Parlamento para que tudo que nós
produzimos a favor do país seja avaliado. O déficit era de 170 bilhões de reais,
e o da Previdência Social poderá chegar a 140 bilhões de reais. São déficits
assustadores que ruíram a confiança dos investidores e dos consumidores. O
preço desse descuido não é pago pelo governante que gasta demais. É pago pelo
trabalhador que sente os efeitos da irresponsabilidade no emprego e no bolso”,
disse. Em seu discurso, Temer também disse que “não há diálogo construtivo sem
franqueza” e ressaltou que o diálogo é um dos suportes de seu governo “ao lado
da ideia de que é preciso reformar para crescer”. “O diálogo não deve ser mero
acessório, é traço fundamental na democracia”, completou.
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