O megainvestidor húngaro George
Soros, bilionário especulador globalista, que gosta de atuar contra moedas
nacionais, com fortuna estimada em 25 bilhões de dólares (84,5 bilhões de
reais), voltou a apostar na Petrobras e comprou mais de 1,5 milhão de ações da
empresa brasileira nos Estados Unidos, mostram documentos oficiais enviados
pela gestora do bilionário para a Securities and Exchange Commission (SEC, a
reguladora do mercado de capitais dos EUA).
Soros já havia investido em
outros momentos na Petrobras, mas os dados da SEC mostram que, em junho de
2015, ele tinha 636.000 ações e, no trimestre seguinte, se desfez dos papéis,
zerando sua posição. Os investidores em Wall Street precisam reportar para a
SEC a cada fim de trimestre as posições de cada papel em suas carteiras. O mais
recente documento com as movimentações de Soros, divulgado com dados do
terceiro trimestre de 2016, mostra que o investidor resolveu esperar um ano
para voltar a apostar em Petrobras.
Além de Soros, outros
megainvestidores em Wall Street resolveram aplicar na estatal brasileira por
meio de American Depositary Receipts (ADRs), recibos de ações da empresa
listados na Bolsa de Nova York. Entre eles, Robert Citrone, com 12 bilhões de
dólares em ativos, dono da Discovery Capital Management, que reportou ter mais
de 27 milhões de papéis da petroleira. Já a DE Shaw, com 40 bilhões de dólares
sob gestão, tem 3 milhões de ADRs. Jim Simons, que administra mais de 36
bilhões de dólares, tem 411,5 mil papéis da estatal.
Analistas afirmam que as mudanças
que vêm sendo feitas na empresa, com foco na produção de petróleo, venda de
ativos não-estratégicos e reforço na governança e controles internos vêm tendo
reflexos positivos para a percepção da companhia. Entre as casas dos EUA que
melhoraram a avaliação para a Petrobras nos últimos meses estão o Raymond James
e o Citigroup. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez uma palestra na
semana passada em Nova York para mais de 400 pessoas e ressaltou o esforço para
tornar a petroleira mais produtiva e rentável, além de dificultar que práticas
de corrupção voltem a ocorrer.
O evento atraiu várias gestoras
de Wall Street, entre elas, a BlackRock. O diretor do Bradesco, André Prado,
disse que a Petrobras se transformou em um exemplo do que o Brasil precisa
fazer para arrumar a economia. A Petrobras é a única empresa brasileira que
Soros tem em sua carteira. O megainvestidor aplica de forma indireta em outras
companhias que atuam no País, como a multinacional de bebidas AB InBev. Na
América Latina, Soros tem papéis da Pampa Energia e do grupo financeiro
Galicia, ambas argentinas. Entre as companhias dos EUA, o bilionário tem vários
papéis de empresas de tecnologia e internet, como Google, Amazon e Netflix, e
bancos, como o Bank of America. Os documentos enviados pelos grandes gestores
de Wall Street são monitorados de perto pelos operadores e analistas, em busca
de quais papéis os grandes gurus do mercado estão apostando.
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