Juventude que ousa lutar constrói
um poder popular!
II Jornada da
Juventude do Campo de Açailândia reúne cerca de 100 jovens em debate sobre
políticas públicas para o meio rural.
Era
manhã do dia 19 de outubro, a Câmara Municipal de Acailândia (MA) que estava
vazia, aos poucos foi enchendo de jovens dos assentamentos rurais do município.
Entusiasmados pelo que iria acontecer naquele dia, trouxeram cartazes,
apresentações de dança, teatro e paródias que refletem os anseios da juventude
do campo.
A
II Jornada da Juventude do Campo foi
realizada pela rede Justiça nos Trilhos em parceria com os professores e alunos
dos assentamentos João do Vale,
Francisco Romão, Agroplanalto, Baianos, Planalto I, Novo Oriente e da Casa
Familiar Rural de Açailândia. A primeira edição do encontro aconteceu em 2015,
no assentamento João Vale.
“Educação
no campo não é esmola,é direito! ” , Dizia um cartaz.
“Avante
juventude! ”, bradou uma jovem.
“Se
o povo do campo não roça, a cidade não almoça. Se o povo do campo não planta, a
cidade não janta!”, afirmou um jovem.
As
palavras de ordem contagiavam a todos do local, era como se os jovens
estivessem engasgados e encontrassem na Jornada
um espaço para expor suas angústias e preocupações em relação à vida e
permanência no campo.
Para
o estudante da Casa Familiar Rural, Matheus Sousa, o evento serve para ouvir e
conhecer novas histórias sobre as realidades dos jovens do campo. “Acho que aqui
abre mais a visão da gente, conhecendo e ouvido as necessidades de todos de
forma coletiva”.
Estavam
presentes cerca de 100 jovens, que lotaram o auditório da Câmara. No período da
manhã, eles participaram de palestras sobre comunicação, educação no campo e
trabalho/saúde/infraestrutura, temas escolhidos pela própria juventude, para
serem debatidos. .
Com
base no debate, os jovens pautaram uma série de demandas que buscam melhorias
para vida rural, entre elas estão: a criação de bibliotecas públicas no campo;
sala de informática com internet em todas as escolas dos assentamentos; melhoria na estrada de acesso; criação
de postos de saúdes e maior frequência de médicos.
O
objetivo da Jornada foi expor essas demandas para os representantes do governo municipal.
No entanto, apenas o representante da Secretária
de Educação, Antônio Erismar participou do período da manhã. Mesmo assim não
pôde ficar até o final e ouvir os encaminhamentos feitos pelos jovens.
“Precisamos continuar fazendo espaços como esse
para pressionar os governantes, para garantir nossos direitos”, afirmou Andreia
Ribeiro, moradora do assentamento do João do Vale, que se queixou da falta dos
representantes da Prefeitura no evento.
Devido
à falta de representação do governo municipal, os jovens decidiram criar uma
comissão que ficará responsável por levar as demandas elaboradas de forma
coletiva durante a Jornada aos
responsáveis referentes de cada área apontada.
“Está
sendo um dia bom, estou aproveitando bastante. Só a falta dos vereadores foi
chata, esperávamos está cara a cara com eles”, contou Matheus Sousa.
A
II Jornada da Juventude do Campo terminou após as apresentações culturais
realizadas pelos jovens, que por sua vez saíram do evento muito mais animados
por terem conhecido realidades e pessoas diferentes, que estão dispostas a
somar forças para garantir que os direitos da juventude do campo sejam postos
em prática.
A
Câmara novamente fica vazia, mas por hora. Os jovens que ali se encontraram
prometeram ficar vigilantes e voltar caso não tenham seus direitos respeitados.
“Não podemos deixar isso morrer, para que toda juventude entenda que podem e
devem continuar lutando e pressionando o governo para garantir que seus
direitos”, pontuou Andréia.
Por
Mikaell Carvalho
Assessoria
de Comunicação
Rede
Justiça nos Trilhos
Acesse:www.justicanostrilhos.org
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