A Lotérica Central, localizada na
Zona Leste de São Paulo, entre a loja
Ponto da Lingerie e um camelódromo, recebeu, só em 22 de abril de 2014, uma
transferência bancária de R$ 185 mil para apostas. O concurso 1.593 da
Mega-Sena daquela semana não estava acumulado e pagaria o mais baixo rateio de
abril ao acertador.
De acordo com a publicação da
revista Época, apostas tão altas cheiram a lavagem de dinheiro, pois o
apostador procura cercar todas as possibilidades para levar o prêmio, e assim
tornar lícito um dinheiro sujo. O depositante no caso era o advogado Flávio
Calazans, dono de um pequeno escritório em São Paulo.
Segundo as investigações,
Calazans é peça de uma engrenagem que, de um lado, recebia dinheiro de grandes
grupos empresariais em boa parte até agora desconhecidos e, depois, repassava a
empresas de fachada, apontadas como dutos para o pagamento de propina para
políticos. Entre 2013 e 2015, passaram mais R$ 20 milhões pela conta de
Calazans.
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